Biografia de Aurora Cunha
Aurora Cunha representou Portugal e o Futebol Clube do Porto no atletismo nacional e internacional, mais concretamente, no meio-fundo e fundo nacional. Nasceu a 31 de Maio, na localidade de Ronfe, uma das atletas mais capazes da década de 80 e 90 e que proporcionou inúmeras vitórias aos portugueses, ainda assim não conseguindo chegar ao prestígio que Rosa Mota conseguira alcançar.
Começou a correr no Juventude de Ronfe, tendo ganho nos Campeonatos Nacionais de Juvenis. Foi desclassificada porque já tinha idade de júnior e numa corrida de raiva, bate os recordes nacionais absolutos nos 1500 e 3000 metros. Aos 18 anos de idade ingressa na secção de atletismo do Futebol Clube do Porto, conseguindo desde muito cedo mostrar as suas qualidades com vitórias. Conhece Fonseca e Costa, um treinador que viria a revolucionar as condições de treino de Aurora Cunha e que iria acompanhá-la na carreira. Chegou a ser dada como acabada para o atletismo de competição e só a sua força e garra, contrariam as previsões mais pessimistas. Aurora Cunha participa pela primeira vez numa competição internacional, nos campeonatos da Europa, em 1982. Em 1983, participa nos mundiais de Helsínquia e em 1984 participa, pela primeira vez, nos Jogos Olímpicos. Corre a prova dos 3000 metros, onde fica no 6º posto, melhor posição de sempre. Neste mesmo ano de 1984, sagra-se campeã mundial de estrada, tendo conseguido revalidar o título em 1985 e em 1986. Justamente, nos Europeus de Estugarda em 1986, ficou às portas do pódio na prova dos 10000 metros. Foi o melhor resultado entre Europeus, Mundiais e Olímpicos. Aurora Cunha não conseguia estabelecer as vitórias como conseguira Rosa Mota e ainda era mais difícil, conviver no mesmo espaço temporal que a campeã olímpica de Seul, pois nas maratonas, Rosa Mota era a que mais hipóteses tinha dentro das portuguesas. Mas Aurora Cunha não se sente nem inferiorizada nem com inveja dos feitos dos medalhados olímpicos.
Teve uma carreira mais direccionada para as maratonas comerciais do que vitórias de prestigio, como nuns Mundiais ou nuns Jogos Olímpicos. Ainda assim, não lhe faltaram vitórias de enorme qualidade, com um palmarés de luxo. Em 1985, venceu a prova dos 10000 metros da Taça do Mundo de Pista, numa prova que contou com uma situação caricata que beneficiou Aurora Cunha. Olga Bondarenko era a atleta com uma das melhores marcas e por isso, favorita a vencer a prova. Estava na frente com Aurora Cunha grande parte da competição, até que na penúltima volta da corrida, a soviética ataca para a meta, pensando que estava na volta final. Puro engano. Apercebendo-se do erro, Aurora Cunha mantém o ritmo forte, conseguindo ultrapassar a atleta soviética e garantindo a medalha de ouro para a Europa.
Em 1988, conquistou as maratonas de Paris e Tóquio, seguiu-se a de Chicago em 1990 e Roterdão, em 1992. Depois do abandono na maratona dos Jogos de Seul, os Olímpicos de Barcelona surgiriam como a grande oportunidade de medalha. Pura ilusão. A meio da maratona, sofreu uma insolação e teve que desistir. Exames posteriores confirmaram que Aurora Cunha correra em Barcelona já grávida. Nem a gravidez e o posterior despedimento do Futebol Clube do Porto a demoveu do atletismo. Depois de ter sido mãe, continuou com a carreira de atleta embora com mais dificuldades. Em 1994, corre a título individual até ao ano de 2000. Em toda a carreira, conseguiu quatro títulos nacionais em corta-matos, outros quatro na prova de 5000 metros, oito vezes campeã nacional na competição dos 300 metros e seis títulos nacionais dos 1500 metros. Ainda ajudou a selecção nacional a conquistar a medalha de ouro nos mundiais de estrada em 1987, 1990 e 1992, a medalha de prata em 1984, 1986 e 1989 e a medalha de bronze colectiva nos mundiais de corta-mato em 1990.
Em 2005, foi agraciada como Grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Está presente em várias organizações de provas desportivas, promovendo um estilo de vida condizente com a prática de desporto por parte da população, assim como em várias provas solidárias.