Com o descrente declínio do Império bizantino, tanto na Europa como nas suas províncias no Médio e Próximo Oriente, existia um vácuo de poder nesta região essencialmente, aproveitado por potências islâmicas, como os Otomanos.
Em redor de 1300 na Anatólia surgiram dez beyliks, pequenos territórios administrados por um governante islamita. Um desses territórios era governado por Osman I – os Otomanos. Reza o mito de criação do Império, que Osman sonhou com uma árvore, cujas raízes se estendiam por três continentes, simbolizando o Império que surgiria a partir dele. Osman conquistou territórios aos de mais beylik, e ao Império Bizantino, estando lançadas assim, as bases para um novo império.
Após a morte de Osman, em 1324, os governantes Otomanos que o seguiram continuaram a política de expansão. Conquistaram o remanescente da Anatólia aos restantes beylik, bizantinos e cidades-estado italianas, como Veneza e Génova. Após unificada a Anatólia, voltaram-se para o leste Europeu, conquistando repetidos territórios ao império bizantino, acabando a cidade de Constantinopla (capital do Império Bizantino), isolada e circundada por territórios otomanos.
Após a invasão de Tamerlão da Anatólia em 1402, originaram-se problemas internos, que impediram a expansão do Império, alguns territórios nos Balcãs foram perdidos, mas recuperados por Murad II entre 1430 e 1450.
Com a resolução da instabilidade interna, e com a ascensão a Sultão de Mehmet, o Conquistador, após a morte do seu pai Murad, estavam reunidas as condições para a conquista da ambicionada capital do Império Bizantino. Em 1453, após cerco, a capital bizantina cai, colando um fim no Império Bizantino e época medieval, tornando-se a nova capital do Império Otomano, e dando inicio a uma nova época histórica – época moderna.
No século seguinte à conquista da nova capital, o Império expandiu-se em todas a direcções. Conquistou novos territórios na Europa, como a Sérvia, boa parte da Hungria, o que é hoje a Moldávia e a Grécia, conquistou grande parte do Norte de África, mas a principal conquista foi o controlo das rotas comerciais marítimas e terrestres entre a Europa, Ásia e India. Este controlo deu uma forte pujança económica ao Império, e permitiu o enfraquecimento de rivais que dependiam do comércio externo – as cidades-estado italianas.
A emergência de outros Impérios, como o Português e Espanhol, com novos territórios onde era possível transaccionar novos bens e produtos, a abertura de novas rotas comerciais marítimas com o Oriente, provocou uma estagnação e perda de influência do império a partir da segunda metade do século XVI. Que se acentuou no século XVII, com pesadas derrotas à mão dos Habsburgos, que provocou a perda de territórios como a Hungria.
O império começou a ser pressionado por todos os lados, A norte do Cáucaso, a Rússia imponha-se cada vez mais como uma força dominante, no Médio Oriente tinha que responder ao crescente poderio dos Safávidas (persas), na Europa tinha que acompanhar a grande evolução de tecnologia e técnica militar dos europeus. Em termos navais começou gradualmente a perder influência, tanto no Mediterrâneo como no Oceano Indico, com inúmeras derrotas navais.
A dimensão do império começou a ser o grande inimigo do mesmo, as inovações tecnológicas que permitiram ao império florescer e prosperar, foram completamente ultrapassadas pelos europeus, economicamente o império não conseguia competir com os holandês, português, espanhóis, e mais tarde britânicos, que controlavam todas a novas rotas comerciais marítimas que circundavam os limites do Império. O império foi ultrapassado pelos rivais, que maximizaram e transformaram o comércio controlado pelos otomanos, num negócio global.
Embora com algumas vitórias importantes, no decorrer dos séculos XVII, XVIII e XIX, essas vitórias não compensaram as perdas, e muitas vezes essas vitórias eram graças a alianças estabelecidas com países como a França, Inglaterra que pouco depois voltavam-se contra os otomanos. Ao longo dos séculos foram perdidos territórios no norte de África, na Europa gradualmente o império foi encolhendo até a capital.
O século XIX viu, a emergência do nacionalismo e, autodeterminação dos povos, no seio de todos os Impérios, o Otomano não foi excepção, com movimentos independentistas por parte dos curdos, arménios, gregos, sérvios, búlgaros e outros. Veio fragilizar ainda mais um Império já de si fragilizado por conflitos externos. O século XIX obrigou a império a reconhecer a independência da Grécia em 1829, após um conflito de oito anos. Sérvia, Montenegro e Roménia, declaram independência após a guerra russo-turca de 1877-1878.
Embora com algumas tentativas de modernização do império por parte dos Jovens Turcos na segunda metade do século XIX, a político de crescente isolamento e de radicalização religiosa, não permitiu o equiparar do Império com os restantes forças europeias.
Na Primeira Grande Guerra, o Império Otomano alia-se com o Império Alemão, Austro-húngaro e o Reino de Itália – tríplice aliança. Esta coligação é derrotada neste conflito, originando o desmantelamento do império pelas potências vencedoras em 1922, colocando terno a mais de 600 anos de governação otomano, que a certa altura ameaçou conquistar toda a Europa.