A eletronegatividade é a tendência que um átomo tem em atrair eletrões partilhados, numa ligação química covalente, formando-se iões negativos.
O conceito de eletronegatividade foi introduzido pelo químico norte-americano Linus Pauling.
Os gases nobres são os elementos cujos valores de eletronegatividade são os menores possíveis, isto porque estes possuem estabilidade eletrónica e, como tal, não têm tendência em perder ou ganhar eletrões.
Os halogénios são os elementos mais eletronegativos.
As eletronegatividades dos átomos que intervêm numa ligação determinam o carácter desta e, em geral, determina também as propriedades químicas do composto.
A diferença de eletronegatividade dos átomos numa ligação química indica o grau de polarização dessa mesma ligação.
A eletronegatividade aumenta com a diminuição do raio atómico. Quanto maior o raio atómico menor será a atração do núcleo pelos eletrões mais afastados e então, menor será a eletronegatividade.
Na tabela periódica, a eletronegatividade aumenta de baixo para cima nos grupos e da esquerda para a direita ao longo dos períodos.
A eletronegatividade pode ser numericamente calculada pela equação proposta por Linus Pauling, sendo esta:
E = 0,184 (I + A)
Onde I é o potencial de ionização e A é a afinidade eletrónica.
A partir desta expressão, definiu-se a eletronegatividade para todos os elementos da tabela periódica. O fluor (F) é o átomo mais eletronegativo, sendo o valor 3,98.
Apresentam-se dois exemplos para que se possa entender melhor o conceito de eletronegatividade.
- Molécula de Hidrogénio: H2
Quando dois átomos de hidrogénio se aproximam ocorrem ao mesmo tempo forças de atração entre o núcleo de cada um desses átomos pelo eletrão do outro átomo e forças de repulsão entre os eletrões e os núcleos dos dois átomos.
Quando essas forças atingem o equilíbrio, os dois eletrões ficam numa região das eletroesferas, que é entre os dois átomos da molécula. Assim, os átomos ficam estáveis, isto é, os dois átomos partilham um par de eletrões. Forma-se, então, uma ligação covalente originando a molécula de H2.
Como os dois átomos desta molécula são exatamente iguais, a maneira como eles atraem os eletrões para si irá ser a mesma. Então diz-se que não há diferença de eletronegatividade, pois trata-se de uma molécula apolar.
- Molécula de Cloreto de Hidrogénio: HCl
No caso da molécula de cloreto de hidrogénio a partilha de um par de eletrões é realizado entre elementos diferentes. Nesta ligação, o átomo de cloro atrai os eletrões com maior intensidade do que o hidrogénio e, como tal, diz-se que o cloro é mais eletronegativo do que o hidrogénio.
Em virtude da diferença de eletronegatividade forma-se um dipolo elétrico (μ), que são dois monopólios elétricos, em que há maior tendência dos eletrões serem atraídos pelo cloro.
A ligação H-Cl tem uma carga parcial negativa no cloro (δ–) e uma carga parcial positiva no hidrogénio (δ+).
Esta molécula apresenta uma diferença de eletronegatividade, trata-se de uma molécula polar.
Com isto pode-se concluir que a eletronegatividade é uma grandeza relativa, e não absoluta, pois é determinada tendo em conta as comparações de forças exercidas pelos átomos numa ligação covalente.
Referências Bibliográficas:
Island, Nazmul, “Electronegativity: The concepts, scales and applications of eletronegativity”, Lap Lambert Academic Publishing, 2010.