Fluorose Dentária

A Fluorose dentária refere-se a um problema de saúde oral que provoca manchas esbranquiçadas ou amareladas (dependendo de quão afetados os indivíduos são pelas manchas), que aparecem nos dentes e que são regra geral simétricos (porque os dentes têm idades de formação semelhantes), e acomete, regra geral crianças entre os 0 e os 12 anos. É causada pelo excesso de flúor sistémico, durante o período em que os dentes estão em formação.

As fontes de flúor que provocam esta patologia regra geral são excessivas e são a nível sistémico (exclui-se portanto, a ação tópica da pasta de dentes). Além da água fluoretada, que é muito comum nas Américas e Ásia, e em algumas localizações pontuais pelo restante do globo (como por exemplo os Açores), alguns alimentos como chá preto, sopas, ensopados de peixe, carne bovina, frutos do mar, galinha, fígado bovino e cafés, podem ter muito flúor. Contudo, a quantidade de flúor presente nos alimentos é insuficiente para provocar fluorose. Quando aos alimentos se adicionam outras fontes de flúor, ai sim, é possível de criar condições para o aparecimento de fluorose. Por esse motivo, os especialistas em saúde oral, cada vez mais são contra a fluoretação da água (medida preventiva muito popular em meados do século XX) para combater a cárie, o uso de comprimidos de flúor (que ainda são utilizados em ambientes onde existe ainda um alto risco à cárie dentária), e têm privilegiado o uso de bochechos de flúor, verniz de flúor ou de pastas com altas concentrações de Flúor para combater de modo mais eficaz a cárie dentária. Por se fazerem aplicações tópicas de flúor, conseguimos reduzir os riscos de fluorose, ao mesmo tempo que garantimos uma ação tópica do Flúor na remineralização do dente, formando cristais de Fluoropatite, que são mais eficientes que apenas hidroxiapatite. Desta maneira reduz-se a toxicidade do Flúor.

Portanto, a utilização de flúor em dentífrico, conjugada com uma correta Higiene Oral e uma alimentação equilibrada é o melhor meio de evitar a cárie dentária e ao mesmo tempo prevenir o aparecimento de fluorose. Contudo, existe ainda a possibilidade das crianças ingerirem as pastas dos dentes, portanto, é melhor que a escovagem dos dentes continue a ser realizada com supervisão pelos pais até cerca dos 7 ou 8 anos. Isso diminui a possibilidade da criança engolir a pasta dos dentes. Além disso, também é importante que as crianças coloquem a quantidade certa de pasta dos dentes na escova (a quantidade ideal, será de uma ervilha ou da unha do dedo mindinho).  A fluorose é um caso de intoxicação por flúor, um caso de intoxicação crónica, quando se ingere muito flúor, durante um período longo. Além dos dentes, podem também ser afetados os ossos. A fluorose, além de trazer problemas a nível estético produz também problemas a nível da mineralização, os tecidos com flúor a mais tornam-se mais frágeis, logo com maior tendência a quebrar ou serem acometidos por cárie dentária, além de aumentar a

Fluorose segundo o Índice de Dean

sensibilidade dentária.

Mecanismo de absorção do Flúor

O flúor pode ser absorvido pela via pulmonar ou pelo trato gastrointestinal. No caso daqueles que padecem de fluorose, esta absorção ocorre ao nível dos intestinos. Quando o flúor é absorvido no intestino delgado ele é parcialmente excretado. A sua absorção depende diretamente do pH do estômago e este é inversamente proporcional à quantidade de flúor absorvido, ou seja, quanto menor o pH, maior a sua absorção. Quando o pH é mais alcalino, a absorção é menos efetiva. Também por esse motivo, a aplicação tópica de flúor (quer seja através da escovagem, quer através do verniz, quer através do bochecho de Flúor), deve ser efetuada após uma refeição (não sendo isso sempre possível, especialmente no que se refere ao bochecho de Flúor que ocorre em período escolar, e ao verniz de flúor que ocorre em ambulatório). Após ser absorvido o flúor é transportado pelo plasma e distribuído, sendo parcialmente excretado pela urina durante as primeiras 24 horas. O remanescente permanece associado aos tecidos calcificados e é libertado durante o processo de remodelação óssea. Por isso é importante manter constantemente iões de flúor na saliva, e também por isso, é preferível a ação tópica do flúor.

Diagnóstico

A fluorose pode ser dividida em níveis segundo a evolução da doença. Para se fazer esta classificação utiliza-se o Índice de Dean que varia entre 0-5, sendo zero a normal, e 5 severa.

Índice de Dean

 

 

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