Apresentação do Castelo de Penela
O Castelo de Penela é uma fortificação medieval localizada em Penela, vila do distrito de Coimbra, Portugal. Foi construído numa posição dominante sobre uma colina calcária e integrava a linha defensiva do Mondego, cuja função era a guarda avançada de Coimbra na época da Reconquista Cristã da Península Ibérica.
O Castelo de Penela terá sido conquistado aos mouros por Fernando Magno em 1064, na mesma altura em que foi conquistada a cidade de Coimbra. A existência de algumas referências ao castelo, nomeadamente o testamento do conde Sesnando Davides datado de 1087 e um foral datado de 1137, colocam em dúvida a sua conquista por D. Afonso Henriques em 1148 como algumas fontes defendem. É possível contudo que este tivesse sido abandonado ou semi-abandonado aquando da ocupação da região pelo primeiro monarca português.
Pensa-se que terão sido efetuadas obras de ampliação e requalificação do castelo quer nos reinados de D. Afonso Henriques, quer de D. Sancho I e datam do reinado de D. Dinis a torre de menagem e a cerca da vila. Mais tarde, durante o século XV, o Infante D. Pedro, primeiro duque de Coimbra, ordenou um grande conjunto de obras que incluíram também a construção do paço ducal, a Igreja de São Miguel, a reedificação do castelejo e a Porta da Vila. Em 1755, com o grande terramoto que assolou Portugal, o castelo sofreu graves estragos tendo caído a torre de menagem e de uma das portas da cerca. A torre ainda foi reconstruída por ordem de D. José em 1760, mas o abandono do castelo nos anos seguintes fez que este chegasse ao século XX em estado de avançada ruína. Apesar da sua classificação como Monumento Nacional em 1910, as obras de requalificação e restauro apenas foram iniciadas a partir da década de 1940. Em 1992 uma nova intervenção permitiu a recuperação e consolidação das muralhas e a beneficiação dos caminhos e acessos ao castelo.
O castelo apresenta uma planta irregular e recorte sinuoso, que se alonga no sentido Norte-Sul aproveitando a linha de escarpa, razão pela qual a altura dos planos de muralha varia entre os 7 e os 19 metros. Na cerca da vila, que envolvia o povoado medieval, existem duas portas: a Porta da Vila ou do Cruzeiro, no exterior da qual e começou a estender o arrabalde, e a Porta da Traição que dava acesso aos campos. Uma terceira porta, a Brecha das Desaparecidas, encerrada depois do terramoto de 1755, dava acesso direto do arrabalde à Igreja localizada no interior das muralhas. Nas zonas mais expostas das muralhas foram construídas 12 torres defensivas, das quais ainda subsistem ainda algumas como formas arredondadas e quadrangulares.