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Conceito de Acto Permissível
De acordo com o utilitarismo dos actos, um acto permissível é aquele que maximiza imparcialmente o bem-estar. Quando um acto fica aquém desta maximização é errado. Assim, podemos concluir que apenas são permissíveis os actos que maximizem o bem e, simultaneamente, todos os actos que maximizam o bem são permissíveis.
Esta conceção utilitarista tem, contudo, muitos opositores. Por um lado, ela exige um altruísmo extremo numas situações e é excessivamente permissiva em outras. Exige altruísmo extremo porque ao afirmar que apenas são permissíveis os actos que maximizem o bem, o utilitarismo exige que cada indivíduo desista de muitas das coisas que lhe dão prazer (por exemplo ir ao cinema) para se dedicar apenas a outras coisas que maximizem o bem comum. É demasiado permissiva quando permite que atos claramente impermissíveis o passem a ser apenas porque maximizam o bem-estar comum – veja-se, por exemplo a seguinte situação hipotética: num hospital existe uma enorme escassez de órgãos e dois doentes estão prestes a morrer devido a isso; simultaneamente está internado um doente já quase recuperado que tem saudáveis os órgãos de que os outros necessitam; de acordo com o utilitarismo dos actos, seria permissível sacrificar o doente que possui os órgãos saudáveis para salvar os outros dois pois, tendo em conta que morria uma pessoa mas salvavam-se duas, seria maximizando o bem-estar; contudo, este é um acto claramente abominável e impermissível.
É pelos motivos apresentados que surgem os defensores do utilitarismo das regras, para os quais um acto permissível é apenas aquele que está de acordo com as regras morais ideais.