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A gradação é um recurso expressivo de adição que consiste em ordenar, ou enumerar, os termos ou as ideias de uma frase segundo uma progressão, a qual pode evoluir tanto em sentido ascendente, ou seja, até culminar num clímax, como em sentido descendente, ou seja, encaminhando-se para um anticlímax.
Neste sentido, e atuando ao nível da expressão semântico-pragmática, as gradações podem ampliar ou diminuir uma ideia ou um significado.
Constituem, portanto, uma mais-valia para, a título de exemplo, apresentar e validar argumentos, como se verifica na seguinte passagem da obra «Sermão de Santo António aos Peixes», de Padre António Vieira: “Começam a ferver as ondas, começam a concorrer os peixes, os grandes, os maiores, os pequenos, e postos todos por sua ordem com as cabeças fora de água.”
Outros exemplos de gradações na literatura:
- “Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, […]” Machado de Assis in «O Desfecho”;
- “Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento / A todos os perfumes de óleos e calores e carvões.” Álvaro de Campos in «Ode Triunfal»