A distribuição turística é o canal através do qual o consumidor obtém o produto que deseja. Esta pode ser indireta ou direta dependendo se o consumidor utiliza ou não intermediários para obter os produtos. Com a evolução das tecnologias surgem canais diretos ao consumidor como a Web, o GDS (Global Distribution System), o Call Center, entre outros, que permitem um contacto mais personalizado com o consumidor.
Associadas a estes aparecem novas políticas de pricing e pacotes dinâmicos, proporcionando maior flexibilidade para a empresa prestadora do serviço e também para o cliente; atualmente existem os GDS que funcionam como um sistema de reservas através do computador.
Nos anos 70 nascem os CRS (Computer Reservations System), orientados para as companhias aéreas. Estes funcionavam como uma base de dados que permitia a uma empresa gerir o seu inventário e torná-lo acessível aos parceiros e tinha a vantagem de aumentar a produtividade e eficiência da distribuição, reduzindo os custos e possibilitando alterações de última hora.
Esta tecnologia aproximou-se da oferta, no sentido em que é mais utilizada por empresas do setor do turismo e nos finais dos anos 80, os CRS instalaram terminais por todo o mundo e evoluíram para GDS conjugando para além das companhias aéreas outros setores como nos estabelecimentos hoteleiros, aluguer de automóveis, animação, cruzeiros, entre outras. Este desenvolvimento veio revolucionar a venda de viagens a nível global.
Ao contrário dos CRS, os GDS encontram-se orientados para a procura, sendo que as suas funções são múltiplas: informar o consumidor; reservar e/ou vender produtos e serviços; acompanhar a venda, pois permite fazer alterações de reservas e prolongar a estada; desempenhar uma função de gestão, facilitando a ligação: agente de viagens – operador – produtor – cliente.
As vantagens da utilização de um GDS passam por: uma menor preparação prévia, permitindo reservar/comprar viagens em cima da hora; maior independência para o consumidor; mais e melhor informação, que pode ser consultada a toda a hora e em qualquer parte do mundo.
Uma empresa do setor do turismo uma utiliza o GDS em parceria com as agências de viagens, de modo a oferecer sempre a melhor tarifa no momento. De meros processadores e facilitadores de reservas, a tecnologia GDS tornou-se rapidamente em poderosos “centros transacionais” do turismo, agregando a componente aérea, hoteleira, rent-a-car, ferroviária, cruzeiros, imobiliária, low-costs, entre outros.
O GDS representa desta forma um importante recurso para qualquer empresa no sector turístico, neste caso para as companhias aéreas, no entanto, o investimento necessário é quatro vezes superior ao investimento num website, sendo os custos de implementação uma das suas maiores desvantagens.
Tendo em conta que a utilização da tecnologia do GDS permitiu/permite uma melhor gestão de vendas no setor de turismo, impulsionou uma técnica de gestão designada por Revenue Management. O método não serve para todas as empresas do por estar mais direcionado para empresas com stocks perecíveis (como o caso das companhias aéreas, pois os lugares que não são vendidos hoje também não o serão amanhã) do que para empresas que apresentem microsegmentos de mercado com consumidores que tenham sensibilidade ao preço. O serviço da empresa tem de revelar sazonalidade, ou seja, procura variável e incerta, e os serviços têm de poder ser vendidos ou reservados antes do consumo final.
O Revenue management é uma técnica de gestão utilizada para calcular a melhor política de preços. É um processo feito de estratégias que identificam segmentos de mercado, controlando a oferta e a procura através da manipulação do preço e da capacidade disponível.
Graças à tecnologia inerente ao GDS as empresas adotaram este método de gestão para os seus sites porque a partir dele conseguem controlar a forma como estão a ser efetuadas as vendas, lidar com as variações da oferta e da procura, por exemplo, ceder descontos quando se prevê que as vendas não estejam atingir os objetivos.
References:
- Cunha, L. (2003). Introdução ao Turismo, Lisboa, Verbo.