Conceito de Animação Turística
O conceito de Animação Turística é de uma forma geral um meio de explorar atividades lúdicas, culturais e/ou desportivas que contribuam para o setor do turismo, tendo assim, como objetivos: estimular a integração dos turistas; proporcionar momentos de descontração e/ou entretenimento aos turistas; promover a ocupação dos tempos livres das crianças. A maioria das atores públicos e/ou privados que atua na área da animação no turismo, normalmente, trabalha em duas grandes dimensões: a cultural e a desportiva.
A Animação Turística é um elemento fundamental para qualquer produto turístico a par de outros elementos, tais como os estabelecimentos hoteleiros, os transportes, os equipamentos, podendo concorrer decisivamente para a diferenciação de um determinado destino turístico e, assim, garantir-lhe uma vantagem competitiva face a outros destinos. Por isso, abordar o turismo, sem apostar na animação turística a jusante do setor, constituí sem dúvida um contra senso.
Numa abordagem mais lata, o conceito de Animação Turística engloba todas as intervenções suscetíveis de melhorarem e reforçarem a dinâmica turística integrada e sustentável num determinado espaço turístico. A gama de atividades de Animação Turística é muito ampla, desde animação desportiva, de natureza, de aventura e/ou de cultura, entre outras. Os limites são além da imaginação e das condições particulares que os destinos turísticos oferecem.
A Animação Turística é uma atividade que se constrói através de dinâmicas participadas e é claramente um complemento de um produto turístico que tem importância na decisão para atrair os turistas a visitar determinado destino turístico em detrimento de outro, ou seja, a animação cada vez mais assume um papel de peso para o setor do turismo, na medida em que, a escolha de um determinado local passa também através da animação que este dispõem.
Importa referir que durante muitos anos a escolha de um determinado local dependia dos recursos intrínsecos ao local (recursos naturais e culturais), dos estabelecimentos hoteleiros, das infraestruturas, mas nos anos 90 assistimos a uma mudança complexa do tipo de turista que procura experiências autênticas e que permitam o relacionamento com as culturas, as comunidades locais e o acesso a um conjunto de práticas desportivas e culturais; onde a animação turística acabou por ser o veículo de excelência para essa nova procura.
A Animação Turística também permite potencializar e/ou rentabilizar um determinado destino turístico promovendo o consumo de diversos produtos turísticos em simultâneo, como por exemplo, um determinado grupo de turistas que esteja em Lisboa no âmbito do turismo de negócios, pode no seu tempo livre, marcar um tratamento num SPA (turismo de saúde), fazer um visita cultural sobre a arquitetura Pombalina (turismo cultural) e terminar o dia numa sessão de prova de doces tradicionais portugueses (turismo gastronómico).
A tendência normal no setor do turismo é haver uniformidade na oferta, onde os destinos turísticos vão replicando boas práticas, conduzindo a estabelecimentos hoteleiros, equipamentos, infraestruturas cada vez mais idênticas; porém, hoje em dia o turista tornou-se mais exigente e procura uma experiência turística acessível monetariamente e exclusiva, como por exemplo, quer um ótimo alojamento, uma boa praia, mas usufruir de experiências memoráveis nas suas férias. Exposto isto, a animação oferecida num determinado destino pode e deve fazer a diferença, na medida em que, pode criar algo único que transmita uma experiência autêntica e exclusiva na vida turista.
Para se tirar melhor proveito das potencialidades da Animação Turística no setor do turismo, esta deve ser gerida e/ou planeada de forma articulada (trabalho em rede) e não de forma isolada, ou seja, deve-se envolver os vários atores públicos e/ou privados (hotéis; postos de turismo; empresas de animação; câmaras municipais; entre outros) que oferecem estes serviços de forma a criarem uma visão em comum, mas operacionalizada de maneiras diferentes, para assim criarem uma imagem de marca de qualidade para a animação de um determinado destino.
References:
- Confederação do Turismo Português (2005). Reinventando o turismo em Portugal, CTP, Lisboa.
- Organização Mundial do Turismo (2001). Tourisme: Horizon 2020 – Prévisions globales et profils des segments de marche, Madrid.