Apresentação da localidade de Castelo Rodrigo
FICHA DA LOCALIDADELocalidade: Castelo Rodrigo População: 70 habitantes (Censos 2011) |
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Castelo Rodrigo é uma aldeia e sede de freguesia com o mesmo nome, pertencente ao concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, distrito da Guarda. De acordo com os Censos de 2011 do INE, a população residente em Castelo Rodrigo era nesse ano de 70 pessoas. A freguesia é constituída pela própria localidade de Castelo Rodrigo e por Nave Redonda e uma pequena parte da vila da Figueira de Castelo Rodrigo. Na freguesia, e novamente de acordo com os Censos de 2011 do INE, viviam nesse ano um total de 517 habitantes, distribuídos por um território de 32,94 km2.
Localizada no cume de um monte com 820 metros de altura, Castelo Rodrigo dista cerca de 5 km em relação a Figueira de Castelo Rodrigo, sede do concelho a que pertence. A vista que se consegue a partir de Castelo Rodrigo é deslumbrante, conseguindo-se avistar Trás-os-Montes, o rio Douro, as Beiras e Espanha.
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História da Localidade
A história de Castelo Rodrigo é muito antiga e perde-se no tempo: no monte onde atualmente se localiza a aldeia terá sido um Castro Vetão no período da Idade do Bronze, tendo sido mais tarde ocupado pelos Romanos. Existem também evidências da presença dos mouros no local, surgindo citado numa relação de castelos mouros elaborada no ano 1000, após as campanhas de Almançor.
Mas é com a reconquista cristã que a região de Ribacôa, onde se localiza Castelo Rodrigo, e face à sua importância estratégica, atinge grande desenvolvimento. De facto, a insegurança permanente que se vivia nas terras recém-conquistadas criava a necessidade de para aí atrair e fixar habitantes. É neste contexto que em 1161 o rei leonês D. Fernando II toma a decisão de repovoar toda a região de Ribacôa, decisão da qual Castelo Rodrigo também terá beneficiado. Poucos anos depois, no ano de 1189, o novo rei de Leão, D. Afonso IX, fixou os limites do concelho de Castelo Rodrigo, o primeiro concelho a ser criado em terras do Ribacôa, atestando assim crescente importância da localidade na região. No documento de criação do concelho, as ‘terras de portagem’ de Castelo Rodrigo eram doadas a Ciudad Rodrigo. Mais tarde, em 12 de setembro de 1209, recebe foral atribuído por Afonso IX, através do qual lhe confiava a defesa da parte oriental das terras de Ribacôa. Antes disso, mais concretamente em 1174, e numa altura em que ainda se verificava grande indefinição sobre a posse das terras de Ribacôa, D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, doa, através de carta de couto, o ‘Cabeço de Castelo Rodrigo’ ao Convento de Aguiar.
É apenas em 12 de setembro de 1297 que, através do Tratado de Alcanizes, assinado entre D. Dinis, rei de Portugal e D. Fernando IV, rei de Leão e Castela, as terras de Ribacôa passam definitivamente para Portugal. É ainda no reinado de D. Dinis que, para assegurar a posse das novas terras integradas no Reino de Portugal, são reparadas as muralhas que protegem a vila, guarnecendo-a fortemente. Mais tarde, em 1369, no âmbito das guerras fernandinas empreendidas por D. Fernando I de Portugal que reivindicava o trono de Castela, Castelo Rodrigo foi palco de diversas escaramuças, as quais se prolongaram até à Guerra da Independência. A instabilidade e insegurança permanente levou a uma quebra acentuada da população e o seu castelo foi caindo em ruínas. É já durante o reinado de D. Manuel I que o castelo é reconstruído numa tentativa de proporcionar à localidade o dinamismo e importância de outros tempos. É com o mesmo objetivo que, em 25 de Julho de 1509, D. Manuel I concede Foral a Castelo Rodrigo.
Um novo marco na história de Castelo Rodrigo ocorre no reinado de Filipe II de Espanha (Filipe I de Portugal) durante a ocupação espanhola. É neste período, mais concretamente em 1594, que Filipe II eleva a vila a cabeça de Condado, doando-a a D. Cristóvão de Moura. Com esta doação, Castelo Rodrigo perde o privilégio outorgado por D. Dinis e mais tarde confirmado por D. Afonso V, que impedia que a vila deixasse de pertencer diretamente à Coroa. Face ao grande prestígio de que D. Cristóvão de Moura gozava na corte espanhola, seis anos mais tarde, em 1600, Castelo Rodrigo é elevado a Marquesado, fazendo de D. Cristóvão de Moura o seu primeiro Marquês.
Após a Restauração da Independência em 1640, Castelo Rodrigo foi palco de diversas investidas espanholas, as quais culminaram com a célebre batalha de Castelo Rodrigo a 7 de Julho de 1664 nos campos de Salgadela. Nesta batalha, as tropas portuguesas comandadas pelo general Pedro Jacques de Magalhães infligiram pesada derrota sobre os espanhóis tornando este como um dos momentos mais decisivos da luta pela restauração da independência. Após esta batalha a povoação passa por um período de paz e prosperidade, interrompido apenas durante as invasões francesas, durante as quais os exércitos franceses invadem e pilham toda a região, causando muita destruição e morte aquando da sua passagem em 1810.
Poucos anos depois, no âmbito da grande reforma administrativa de 1836, é retirada a Castelo Rodrigo a categoria de sede de concelho, transferindo-a para a vizinha aldeia de S. Vicente de Figueira (atual Figueira de Castelo Rodrigo) localizada no vale, numa local de mais fácil acesso.
A partir daí, Castelo Rodrigo vai gradualmente perdendo dinamismo e, à semelhança do ocorrido um pouco por toda a região, a partir dos anos 60 e 70 do séc. XX, sofreu fortemente com o fenómeno da emigração e com a fuga da população para as grandes cidades, levando a uma forte perda demográfica. Ainda assim, os seus habitantes continuam a manter vivas muitas das tradições, dinamizadas quer pela sua população, quer pelas autoridades municipais.
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Património Arquitetónico e Paisagístico
Castelo Rodrigo possui um património arquitetónico muito vasto e riquíssimo o que, juntamente com a deslubrante beleza paisagística da região que é possível avistar a partir da localidade, lhe permitiu a obtenção do estatuto de Aldeia Histórica de Portugal. Alguns exemplos da monumentalidade da localidade são o Castelo, o Pelourinho, o Palácio Cristóvão de Moura, a Cisterna, a Igreja Matriz e o Convento de Santa Maria de Aguiar. Apresenta-se abaixo alguns dos monumentos que mais se destacam quer pela sua beleza e monumentalidade, quer pelo seu significado histórico e cultural:
- Castelo e muralhas: Classificado monumento nacional desde 1922, o castelo terá sido edificado nos finais do séc. XII sobre uma antiga fortaleza romana, a qual por sua vez seria já um aproveitamento de um antigo Castro Vetão. Foi posteriormente sujeito a obras de recuperação, nomeadamente nos reinados de D. Dinis, de D. Afonso IV e de D. Manuel I.
- Palácio de Cristóvão de Moura: Edifício imponente mandado construir em 1590 por Cristóvão de Moura, primeiro Conde e primeiro Marquês de Castelo Rodrigo. Contudo, e logo após a Restauração da Independência em 1640, o edifício é incendiado pela população devido à proximidade dos seus ocupantes relativamente à Coroa Espanhola. Mais tarde, durante as Invasões Francesas, os ingleses retiraram grande parte das pedras para construir um hospital de campanha, pelo que hoje apenas restam as paredes externas recortadas por grandes janelas.
- Pelourinho: Tal como o castelo, o pelourinho foi também classificado monumento nacional em 1922. Mandado construir por D. Manuel I, o Pelourinho é um belíssimo monumento com cerca de 8 metros de altura, colocado sobre um pedestal e encimado por uma gaiola estilizada.
- Cisterna: A cisterna é também um belíssimo monumento digno de visita. Com as suas duas entradas, uma de estilo gótico e a outra de estilo mourisco, parte desta cisterna está construída sobre uma antiga sinagoga que deixou de ser utilizada após a conversão forçada dos judeus que se tinham refugiado na localidade após a perseguição levada a cabo pelos espanhóis no séc. XVI.
- Igreja Matriz: A Igreja Matriz, fundada em 1192 pela Ordem dos Hospitalários, é um extraordinário exemplar da arquitetura religiosa medieval, tendo sido construído para apoio aos peregrinos que por aí passavam em direção a Santiago de Compostela. O templo, dedicado a Nª Senhora do Roque Amador, foi também classificado como monumento nacional em 1922.
- Convento de Santa Maria de Aguiar: O convento, localizado na planície, a cerca de 3 km da sede de concelho, foi fundado pelos monges beneditinos em 1170, os quais mais tarde viriam a adotar a Regra de São Bernardo seguida pelos Monges de Cister.
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Heráldica
Historicamente, Castelo Rodrigo usava um brasão de armas de características peculiares, no qual as armas de Portugal surgiam de cabeça para baixo. Em termos heráldicos, este é tipo de brasão designado como difamado, sendo este um dos raros exemplos no mundo, surgindo muitas vezes referido em obras sobre heráldica. Este brasão terá sido uma forma encontrada por D. João I para castigar a vila por ter tomado o partido de Castela durante a crise dinástica de 1383-1385.
Modernamente, Castelo Rodrigo utiliza um Brasão com escudo de prata, castelo de negro lavrado de prata, aberto e iluminado de ouro; acantonados em chefe, dois abrolhos de vermelho; em campanha, monte de três cômoros de verde, firmado nos flancos. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: “CASTELO RODRIGO”.
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