Localizado no concelho de Moura, distrito de Beja, o Edifício dos Quartéis é um dos melhores exemplares da construção militar realizada na Europa durante os séculos XVII e XVIII. Está situado numa zona de protecção estratégica, ou seja, na entrada de uma das principais vias de acesso à cidade.
Este edifico foi construído com o objectivo de defesa desta região nas guerras de restauração, pois a localidade de Moura foi nessa altura, assim como noutras alturas de defesa do território nacional, um dos mais importantes centros de operações militares do sul de Portugal.
Relativamente à sua construção denota-se de longe a simetria e harmonia de linhas e traçados que se estendem por dois pisos constituídos por várias divisões que serviam de habitação aos militares, apresentando uma planta rectangular disposta longitudinalmente.
Esta fortaleza é ainda constituída por uma capela dedicada ao Senhor Jesus, que faz notar a enorme devoção que se tinha na época da restauração. Esta capela ainda mantém o seu traçado original e é no seu interior que se encontra um dos mais encantadores altares do distrito de Beja. Este altar apresenta um estilo neoclássico, sendo construído todo em mármore de diferentes cores, e no seu centro tinha uma tela pintada por Domingos António de Sequeira, em que era visível a imagem de Cristo Crucificado. No interior da pequena capela encontramos ainda uma variedade de azulejos seculares com vários motivos representados.
A construção deste edifício militar teve elevada importância ainda para expansão da cidade, levando à actual e mais moderna cerca de muralhas da cidade, tornando Moura numa cidade renovada e com um estilo renascentista.
Relativamente à área envolvente do edifício a mesmo ficou sempre desabitada por questões militares e para que fosse utilizada para exploração agrícola.
No século XIX foi neste local fundada uma Irmandade dedicada a Nossa Senhora do Carmo, a padroeira de Moura, sendo a antiga capela a sua sede.
O edifício conta com a classificação de Imóvel de Interesse Público desde Janeiro 1967.
