O Convento de Cristo é um monumento português que se localiza na cidade de Tomar e que começou a ser construído no século XII tendo sido acabado no século XVIII. No Convento de Cristo de Tomar podem encontrar-se elementos típicos de vários estilos, entre eles do estilo românico, gótico, manuelino, renascentista, maneirista e do chamado estilo chão.
Construção do Convento de Cristo
Ao conjunto arquitetónico composto pelo Castelo Templário de Tomar, a Charola Templária e a Igreja Manuelina que está adjacente, o convento renascentista da Ordem de Cristo, a Mata dos Sete Montes, a Ermida de Nossa Senhora da Conceição e o Aqueduto dos Pegões é dada a denominação de Convento de Cristo. A construção do Convento de Cristo começou a ser feita durante o século XII, mais concretamente no ano de 1160 e a sua construção está interligada com o início do Reino de Portugal e à Ordem dos Templários. A construção do edifício prolongou-se no tempo dados os recursos necessários, os materiais que eram necessários à sua execução, à mão de obra humana, etc. A construção estava pronta no século XVIII e nessa altura o Convento de Cristo tinha como função servir de castelo e de convento para a Ordem dos Templários, o sue proprietário inicial. O Convento de Cristo e a forma como está construído e organizado refletem os tipos de arquitetura e de arte que figuravam na altura: estilo românico, gótico, manuelino, renascentista, maneirista e do chamado estilo chão e além disso espelham o trabalho de figuras ilustres da história de Portugal tais como o mestre Gualdim Pais, o fundador da cidade de Tomar, o Infante D. Henrique, que foi importante na expansão do convento, D. Manuel I que mandou erguer a igreja quinhentista de estilo manuelino, D. João III que implementou a refundação da Ordem de Cristo e de Filipe II de Espanha.
O Convento de Cristo em Tomar encontra-se classificado como Monumento Nacional desde o ano de 1910 e como Património Nacional desde o ano de 1983. A UNESCO serviu-se de dois critérios para as classificações que o Convento de Cristo tem sendo que a primeira tem que ver com a parte artística do edifício, que leva à era primitiva às edificações do tempo quinhentista e a segunda relaciona-se com o facto de a construção do convento ter sido feita para ser um monumento simbólico da reconquista e que se tornou um marco do período manuelino.
Constituição e arquitetura do Convento de Cristo
Da construção inicial do Convento (entre os séculos XII e XIII) destacam-se o Castelo e a Charola Templária, ambos em estilo românico e estilo gótico. Das modificações feitas no tempo do Infante D. Henrique já no século XV destacam-se os claustros em estilo gótico, a noroeste da Charola Templária e as ruínas do Paço do Infante. Aquando a intervenção quinhentista sobrou para os dias de hoje a igreja/coro de estilo manuelino, o interior da Charola Templária e o Portal Sul. Além desses elementos destaca-se também a Sala do Capítulo, ainda inacabada, em estilo manuelino. Os claustros, os dormitórios, o refeitório e a cozinha juntam-se às etapas de construção final durante a Dinastia Filipina.
O Convento de Tomar foi construído através de uma cintura de muralhas e dividia-se em três espaços distintos: o recinto da vila, a casa militar dos templários e o oratório dos cavaleiros, a Charola.
- Charola: A Charola do Convento de Cristo era um lugar reservado à oração dos Cavaleiros no interior da fortaleza (muralha). A construção da charola tem como base a basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém e é um dos únicos templos em rotunda que existiam na Europa medieval. A construção foi feita em duas fases e cruza elementos do estilo românico e do estilo gótico, desenvolvendo-se através de um espaço central de planta octogonal que se divide em 16 faces no exterior do deambulatório. O interior é coberto através de uma cúpula assente em nervuras cruzadas e o deambulatório em abóbada de canhão.
- Igreja Manuelina e Portal Sul: A igreja foi construída entre os anos de 1510 e 1513 sob a orientação de Diogo de Arruda. O edifício foi construído encostado à antiga Charola Templária e edificou-se de forma monumental. No interior da igreja ficara até aos dias de hoje alguns elementos que sobreviveram às Invasões Francesas e entre os elementos que não sobreviveram até aos dias de hoje destaca-se o cadeiral de Oliver de Gand. Um dos elementos mais emblemáticos é a janela manuelina, conhecida por Janela do Capítulo, que é guarnecida por uma ornamentação escultórica com simbologia sacra e heráldica. Todos os elementos da janela têm uma função artística e arquitetónica e têm uma temática relacionada com a Nação e com o mar servindo-se de elementos escultóricos como bóias, cordame, madeiras, a cruz heráldica, a esfera armilar, o brasão do reino etc. O Portal Sul protege o conjunto escultórico composto pelas imagens da Virgem Rainha do Céu, com a cruz de Cristo sobrepujante.
- Claustros Renascentistas: Foram construídos dois corredores extensos, em cruz, por forma a articular quatro claustros principais do convento: o Claustro Grande ou Claustro de D. João III, o Claustro da Hospedeira, o Claustro dos Corvos e o Claustro da Micha. Mais tarde foi feito um 5º claustro, encostado à igreja manuelina, com dimensões mais modestas e ao qual se deu o nome de Claustro de Santa Bárbara.
- Dormitórios e Cruzeiro, Refeitório e Noviciado: No primeiro piso da fachada do lado oeste do claustro da Micha estão localizados as três salas de noviciado sendo que duas dessas salas são destinadas ao dormitório dos noviços e a outra sala, a Capela de Noviciado ou Dos Reis Magos, é coberta pelo cruzamento de duas abóbadas em canhão em madeira que são suportadas por arquitraves suportadas por colunas coríntias com capitéis compósitos. A sala que serve de refeitório é coberta por uma abóbada também em canhão que está assente numa cornija e cm caixotões em pedraria. Por fim, os dormitórios são cobertos por abóbadas de berço e no local onde se cruzam formam o cruzeiro, uma peça de arquitetura projetada e pensada por Castilho com a ajuda de Pero Algorreta, onde existe uma capela com a imagem do Cristo Sentado ou Senhor da Cana Verde.