Situado na localidade de Alcácer do Sal, distrito de Setúbal, encontramos um dos mais importantes castelos da Península Ibérica no período de ocupação islâmica, o Castelo de Alcácer do Sal com uma extensão de 260 metros no seu maior eixo e de 150 metros no seu menor eixo.
Localizado no cimo de uma colina (a mais de 60 metros acima da linha do mar) sobre o Vale do Sado, este castelo foi sucessivamente ocupado por vários povos desde o século VI a.C. (ocupado por Fenícios, Romanos, Mouros e Cristãos).
Sabe-se ainda, através de achados arqueológicos, que já no século I d.C., aquando da ocupação romana, se cunhou moeda neste castelo, tendo a mesma a seguinte inscrição: “Imperatoria Salacia”.
Entretanto foi ainda no século I a.C, mais concretamente no ano de 715, que este castelo e povoado passou a ser ocupado pelos muçulmanos que viriam a reforçar as fortificações do castelo tornando a localidade num dos mais importantes portos marítimos a sul do Tejo.
Foi no ano de 1147 que D. Afonso Henriques, aquando da reconquista Cristã, tentou pela primeira vez alcançar o povoado mas sem sucesso, tentando o mesmo nos anos de 1151, 1152 e 1157 e uma vez mais sem sucesso. Foi apenas no ano de 1158 que finalmente o povoado foi conquistado pelos Cristãos e para isso contou com a ajuda dos Cavaleiros da Ordem de Santiago, a quem D. Sancho I viria a doar o Castelo em 1186.
Através de várias crónicas sabemos que este castelo é um belo exemplar da arquitectura militar islâmica, sendo constituído por cerca de 30 torres de pedra, uma albarrã e duas portas: a Porta de Ferro (localizada a Este) e a Porta Nova (localizada a Norte).
No entanto o castelo permaneceu pouco tempo na posse desta ordem, uma vez que aquando da reconquista do Algarve, os mouros atingiram novamente a região de Alcácer do Sal, reconquistando o castelo em 1191, voltando apenas para os Cristãos e para as mãos Ordem de Santiago, depois da Batalha de Navas de Tolosa em 1212.
Sabe-se que o castelo foi passando por sucessivas obras de remodelação e aumento de território até ao século XV, altura em que viria a perder a sua função principal, a função militar defensiva.
Foi ainda no interior deste castelo que se deram alguns importantes episódios da nossa história, como foi o caso da Informação dada ao Príncipe Perfeito sobre a conspiração do Duque de Viseu contra ele.
Já no século XX, mais concretamente em 1910, o Castelo viria a sofrer novamente obras de restauro e passou a ser classificado como Monumento Nacional.
Actualmente o Castelo alberga uma Pousada, integrada no grupo Pousadas de Portugal.