Trabalho infantil

O trabalho infantil diz respeito à exploração no mundo do trabalho junto de crianças e adolescentes em idade escolar.

O trabalho infantil diz respeito à exploração no mundo do trabalho junto de crianças e adolescentes em idade escolar. A maior preocupação com estes indivíduos deve-se ao facto de a sua frequência na escola e em atividades educativas ficar comprometida devido à atividade laboral que exercem.

De acordo com os estudos de Campos e Alverga (2001) a exploração do trabalho infantil, sempre se fez presente, muito embora tivesse começado, desde o início do século XX a ser investimento no sentido de acabar com a mesma.

Segundo fontes ligadas à Organização Internacional do Trabalho (OIT), o investimento no que concerne à erradicação do trabalho infantil, conseguiu com que o mesmo diminuísse na maioria dos países desenvolvidos, como por exemplo, em Inglaterra e nos países em vias de desenvolvimento, no entanto, estas fontes não têm como nos informar acerca do trabalho feito por crianças, que não vem apontado nesta investigação (Campos, &Alverga, 2001).

Como se verificou dois anos mais tarde nos estudos de Campos e Fransischini (2003) nos grupos de estudo realizados sob o Documento Base do Congresso Brasileiro de Alfabetização, toda a tentativa de promover a escolarização de crianças e adolescentes, não tem conseguido chegar a todas as realidades. Importa aqui, também, extinguir ao máximo o trabalho infantil, principalmente junto de crianças e adolescentes que frequentam o ensino público, pelo que são estes os que pertencem ao maior número de pessoas em risco (Campos, &Fracischini, 2003).

Devido à impossibilidade para conseguir contemplar todas as realidades, verifica-se, ainda nos dias de hoje, que, em muitas famílias, principalmente, as mais desfavorecidas, isto é, onde o nível sócio económico (NSE) é precário, a existência do trabalho infantil devido à necessidade de mão de obra que garanta a sobrevivência ainda se faz sentir com muita força (Campos, &Alverga, 2001).

O maior problema em relação a estas realidades onde o NSE é manifestamente baixo, é que o facto de as crianças e os adolescentes estarem inseridos no mundo do trabalho, leva a que não haja espaço nem tempo para que os mesmos se possam inserir em atividades educativas como o desporto e a escola, os quais são fundamentais para o seu desenvolvimento e o seu futuro (Campos, &Alverga, 2001). Em muitos casos, Campos e Alverga (2001) referem mesmo que a ausência de meios de educação e desenvolvimento adequados, podem causar sérios danos tanto ao nível físico como ao nível mental.  Além desta realidade, os estudos paralelos, levados a cabo dois anos mais tarde, referiram que, na maioria destes casos, o facto de pensar em educação escolar, remete, de imediato, para o fracasso académico (Campos, &Fracischini, 2003). Esta crença acontece devido às condições em que vivem as crianças e os adolescentes que se encontram na necessidade de estar ativos no mercado de trabalho com vista a conseguir ajudar na sobrevivência das suas famílias. Muitas destas crianças e adolescentes, nem mesmo chegam a frequentar a escola (Campos, &Fracischini, 2003).

Campos e Alverga (2001) mencionam a famosa expressão “o trabalho dignifica o homem” que, muitas vezes, acaba por se tornar como uma teoria levada a cabo de forma inquestionável por parte das famílias onde o trabalho infantil ainda é uma realidade. Em certos extremos, mesmo quando o mesmo é feito de forma indigna, é assumido com a mesma seriedade das situações em que ele é realmente promotor de educação (Campos, &Alverga, 2001). Em contraponto, no que diz respeito à importância da escola, assiste-se a um acumular de repetências de ano por parte das crianças mais desfavorecidas.

Conclusão

A exploração do trabalho infantil tem vindo a ser alvo de múltiplas tentativas, por parte de diferentes estudos, de ser erradicada, no entanto, segundo observamos na investigação acerca da mesma, muito ainda existe a fazer. Verifica-se que, mesmo existindo grupos de conscientização e promoção da educação das crianças e adolescentes com vista ao investimento no seu desenvolvimento e na extinção da sua inserção precoce no mercado de trabalho, ainda encontramos muitas realidades que divergem enormemente do ideal pretendido.  Nesse sentido, é crucial que se invista mais densamente na promoção educativa, primordialmente, junto de crianças e adolescentes provenientes de NSE precários, sendo estes a maior parte da população de risco.

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References:

  • Campos, H.R., &Alverga, A.R. de. (2001). Trabalho infantil e ideologia: contribuição ao estudo da crença indiscriminada na dignidade do trabalho. Estudos de Psicologia 2001, 6(1), 227-233;
  • Campos, H.R., &Francischini, R. (2003). TRABALHO INFANTIL PRODUTIVO E DESENVOLVIMENTO HUMANO. Psicologia em Estudo, Maringá, v.8, n.1, p.119-129, jan/jun, 2003.
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