Um aspeto significativo do hinduísmo é a varna, ou o sistema de castas. Este sistema divide a sociedade em rígidas classes. Isso faz com que seja facilmente perceptível para um observador exterior que a sociedade indiana está estratificada por este sistema. Isso faz com que o sistema discriminatório presente em países desenvolvidos também seja claramente visível e esteja profundamente arraigado no espírito indiano. Portanto, neste país, a pessoa nasce dentro de uma casta, e durante a sua vida não tem como se libertar dela. A única maneira, segundo eles é, se for uma pessoa nobre durante a sua vida, reencarnará numa casta superior. A origem deste sistema encontra-se na mitologia hindu. De acordo com a mesma, existiam quatro castas principais que eram baseadas nas partes do corpo de Puruxa, representação do pai original da humanidade.
Então a partir de Puruxa formaram quatro castas:
- A boca era a bramane (a casta mais elevada);
- A rajania foi feita a partir dos braços;
- As coxas tornaram-se a vaixiá;
- Os pés criaram a sudra
(The Bible from the World)
A classe mais elevada, a bramane inclui a classe sacerdotal, e é a classe mais elevada e nobre. Depois, a rajania (também conhecida como xátria), é a classe governadora e guerreira. A vaixiá inclui os lavradores, e a sudra são a classe mais baixa, os trabalhadores. Com o passar do tempo, foram criadas Castas ainda mais inferiores. Os párias ou os intocáveis, conhecidos por Mahatma Gandhi como os harijãs, nome bondoso dado por ele para definir “pessoas pertencentes ao deus Vixenu”. Este sistema de castas, praticamente abrange todas as profissões na sociedade hindu. Ele é usado para manter cada um no seu respetivo lugar social, no entanto, é uma classificação não apenas laboral mas também racial. Tanto que a palavra Varna, ou casta, significa na verdade “cor”.
O livro Série Mitos e Lendas de Donald MacKenzie explica que as primeiras três castas eram arianas, ou seja composto por pessoas mais claras, ao passo que a quarta casta, e restantes, e na qual se incluíam aborígenes de pele escura, era não ariana. Esta divisão das pessoas por cor, dando maior evidência ao tronco ariano (pessoas de pele clara), do que aos pré-dravidiano (pessoas de pele escura), mantém milhões de pessoas na pobreza e a única maneira de se libertarem é por se manterem passivos em relação ás injustiças para que na reencarnação possam ser recompensadas com uma casta superior.
Brâmane – O nível mais elevado do sistema das castas, e a Derradeira Realidade. O Brâmane tem a responsabilidade de ensinar e de se sacrificar por outros. Imiscuem-se na política e nos assuntos religiosos causando muitas fissuras sociais. São conhecidos com frequência por praticar um vegetarianismo rígido.
Brâmane
Xátria – A classe profissional, governante e guerreira e o segundo nível no sistema das castas.
Xátria
Vaixá – Classe dos Mercadores, fazendeiros e lavradores. A terceira das castas na Índia. A sua missão é a administração dos bens materiais sobre todas as formas.
Vaixá
Sudra – Trabalhador. A classe mais baixa das quatro principais castas.
Sudra
Harijã (Pária ou intocáveis) – membro da classe dos intocáveis. Nome complacente dado por Mahatma Gandhi.
Harijã
Carma Ioga – O livro Great Asian Religions constata, em relação ao carma que: “O caminho da ação, ou carma ioga, a disciplina da ação. Basicamente, carma marga significa realizar o darma da pessoa segundo seu lugar na vida. Certos deveres são exigidos de todas as pessoas, tais como o ainsa e a abstenção do álcool e da carne, mas o darma específico de cada indivíduo depende da casta e do estágio de vida dessa pessoa.”
Portanto, pertencer a uma destas castas faz com que seja apenas resultado de ter sido mau numa vida anterior. A pureza da casta é mantida por não se casar, nem sequer comer fora da casta da pessoa, que foi determinada consoante a acção da pessoa numa existência prévia. Portanto, a casta não é uma injustiça mas sim um legado anterior.
