De forma a compreender o conceito de Upanixades ou Upanishads, é necessário conhecer o desenvolvimento do hinduísmo ao nível de prática religiosa e interpretação filosófica. As mantras foram um dos primeiros exemplos de interpretações originadas a partir dos quatro textos sagrados Hindu – Vedas. As mantras são constituídas por um conjunto de poemas recitados pelos fiéis de forma a beneficiar a meditação e ligação com os deuses, um pouco à imagem das orações cristãs, judaicas e islâmicas.
Inicialmente disponíveis a todos os homens, mais tarde apenas para os sacerdotes, as Brâmanas surgiram como primeiros textos em prosa que ofereciam uma interpretação e comentário às Vedas, foram criadas após a ligação mística e poética das mantras.
As primeiras Upanixades emergiram como interpretação e alternativa teológica às Brâmanas. São compostas por 123 textos, 12 deles fundamentais para a prática religiosa hindu actual. Foram essenciais para a fixação, interpretação, educação e influência da cultura hindu. Não são conhecidos os criadores destes textos, é credível e geralmente aceite que possam ter sido redigidos por quem escreveu algumas das Brâmanas, esta incerteza relativamente as redactores criou uma aura mística em torno destes textos, tornando-os sagrados, eternos e imutáveis.
Pensa-se que os Upanixades tenham sido escritos entre o século XVI e VII a. C., como complemento e continuação dos ensinamentos presentes nas Vedas, formando o cerne do culto hindu.
Os princípios dogmáticos do hinduísmo estão presentes nestes textos como a reencarnação, a imortalidade da alma, o absoluto e infinidade do universo entre outros. Pelo seu carácter generalista, são aceites pelas diversas facções e interpretações hinduístas.
