Segundo a visão do hinduísmo antigo existiu em tempos um ser ou entidade cósmica chamado Purusa, após ser sacrificado pelos Deuses, originou toda a vida terrena inclusivamente o ser humano.
Com a evolução filosófica da própria religião hindu, a conceito de Purusha redefiniu-se e Purusa deixou de ser um ser ou entidade passando a ser algo abstracto, sem vida, sem respiração, sem mente, não gerado. É o cerne a partir do qual a mente e a vida nasceram, algo que transcende até os próprios Deuses hindu.
Este conceito abrange muitas das facções do hinduísmo que acreditam existir duas realidades, a perceptível pelo homem e o não-perceptível presente no conceito de Purusha. A realidade pertencente ao universo perceptível mediante a acção humana e outros elementos pode alterar-se, o universo ou realidade não-perceptível é constante e imutável.
Purusha é a alma do universo, eterno e indestrutível, presente em todo o tecido do espaço-tempo, um pouco á semelhança do conceito judaico-cristã de omnipresença de Deus. Responsável pelas transformações no Universo, da vida e consciência humana, acima do Plano Material e Espiritual, Purusha simplesmente é, existe e é a alma de tudo.
Outra interpretação filosófica hindu deste conceito afirma que, o ser humano foi criado a partir de partes de Purusha, embora esta não seja a acepção mais consensual no seio desta religião.
Este conceito de Purusha está impersonificado em Brahma, uma das divindades centrais da crença hindu actual juntamente com Vixnu e Shiva.