Tal como o budismo, as sucessivas reencarnações são um foco central para o hinduísmo, através das quais o ser espiritual almeja atingir um estado supremo que não necessita de mais passagens pelo Plano Material. No budismo este estado é designado por Nirvana, no hinduísmo é conhecido como Moksha.
Para o hinduísmo, Moksha equivale ao mais alto estado de evolução espiritual no qual dá-se a transcendência do existir para o estado de iluminação total. Ao atingir este estado é posto um ponto final aos ciclos de reencarnações e morte.
De forma a atingir este estado supremo, o ser espiritual nascido na carne e osso humana deve ter como objectivo em cada reencarnação atingir o Moksha através de três pilares fundamentais, o kama, o artha e o dharma.
O kama diz respeito aos prazeres e desejos da vida associados aos sentidos, desfrute gastronómico associado ao paladar, poesia, narrativas e musicas relacionadas ao sentido auditivo, o deslumbre de belas paisagens e monumentos aliado ao visual e á prática sexual associada ao tacto. A prática sexual atingiu especial relevo neste pilar, como é verificável através da elaboração de um texto específico para esta prática – o kamasutra.
A vertente económica é outro aspecto fundamental para o desenvolvimento espiritual, assente no artha. Sem esta satisfação económica e profissional é complicado ao ser atingir um estado de kama perfeito.
Com os desejos sexuais e económicos o ser é facilmente corrompido impedindo o objectivo final de alcançar o Moksha, de forma a controlar os desejos e impulsos materiais existe o dharma, uma espécie de bussola moral hindu para os bons costumes e religiosidade. Sem um bom dharma é impossível atingir um bom kama e artha.
A plena realização destes três pilares permite ao ser material evoluir para o Plano Espiritual, libertando-se definitivamente do Plano Mundano na forma de encarnação. A articulação e simbiose perfeita entre os actos dos três pilares da conduta de vida hindu é que possibilitam essa transcendência.