Pelágio da Bretanha

Quem foi Pelágio da Bretanha

Pelágio da Bretanha foi um monge inglês, nascido por volta do ano 354 d.C na Grã-Bretanha (ou talvez na Irlanda) e que ficou célebre por ter sido o criador de uma doutrina religiosa que viria a ser conhecida por Pelagianismo.

Em 384 d.C, na altura com cerca de 30 anos de idade vai para Roma, a capital do Império Romano, e aí faz vários amigos, entre os quais diversos senadores, cônsules, e outros membros da aristocracia romana. É durante a sua estadia em Roma que Pelágio observa a grande imoralidade em que viviam muitos cristãos aí residentes. É a partir desta constatação, e em resposta a uma publicação de Agostinho de Hipona (Confissões), onde este afirmava que ninguém podia abster-se da imoralidade, a menos que Deus lhe desse essa dádiva, que Pelágio formula os principais  princípios que estariam na origem do Pelagianismo. No seu livro «Da Natureza», Pelágio defende que o homem pode ter uma vida sem pecado com os seus dons naturais, contrariando assim as afirmações de Agostinho de Hipona. Iniciou-se assim uma grande controvérsia sobre questões como o pecado original, o livre-arbítrio e a graça de Deus, controvérsia esta que se manteve ao longo de mais de um século, tendo repercussões nos séculos seguintes.

Em 410, na sequência do saque de Alarico a Roma, Pelágio e o seu discípulo Celéstio fogem para Cartago, no Norte de África, e aí continua o seu trabalho. É durante a sua estadia em Cartago, no ano de 411, que Pelágio recebe a notícia da condenação da sua doutrina. O próprio Agostinho de Hipona, juntamente com mais quatro bispos escreveram uma carta ao Papa Inocêncio I para condenar o Pelagianismo.  Já na Palestina, onde chegou em 415, Pelágio escreve ao Papa Inocêncio I uma carta na qual defende que as suas crenças não contradizem a Doutrina Cristã. Contudo, quando a carta chega a Roma, em 417, já existia um novo Papa (o Papa Zózimo). Entretanto, Agostinho de Hipona volta a reunir um Concílio em Cartago no ano de 418 onde são identificadas várias crenças e dogmas da Igreja negadas pelo Pelagianismo. Pressionado pelos bispos africanos opositores e pelo imperador Flávio Honório, o Papa Zózimo acaba por condenar e excomungar Pelágio e o seu discípulo Celéstio. Em 431, no Concílio de Éfeso, o Pelagianismo volta a ser condenado e considerado como uma doutrina herege. Acredita-se que Pelágio tivesse morrido por volta de 423, anos antes da realização do Concílio de Éfeso.

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