Quem foi Nabot
Nabot (da palavra hebraica que em português significa ‘elevação’) era, de acordo com os relatos da Bíblia (mais especificamente no Primeiro Livro dos Reis), proprietário de uma bela e próspera vinha localizada junto do palácio do rei Acab.
Cobiçando as suas terras, onde pretendia plantar uma horta, o rei ofereceu-se para, em troca destas, lhe dar vinhas de melhor qualidade. Contudo, pelo facto de aquelas vinhas fazerem parte do seu clã desde há várias gerações, Nabot sentiu-se na obrigação de mantê-las, recusando a oferta que lhe fora feita. Apesar de triste e irritado, Acab reconhece os direitos do legítimo proprietário daquelas terras e aceita a sua recusa. Contudo, e perante a tristeza do rei, a rainha Jezabel, decide intervir para conseguir aquelas terras mesmo que a qualquer custo. Envia então cartas em nome de Acab nobres e anciãos para que subornassem duas testemunhas para que estas acusassem publicamente Nabot de blasfémia e traição. Falsamente acusado, Nabot foi executado, numa demonstração de como era fácil corromper o sistema judicial.
Quando o rei foi confiscar as terras desejadas, o profeta Elias vai ao seu encontro e avisa-o do castigo que lhe será aplicado: “No mesmo lugar onde os cães lamberam o sangue de Nabot, lamberão o teu”. E assim aconteceu quando o corpo de Acab foi trazido do campo de batalha de Ramot de Guilead. Com cumprimento final da profecia, Jeú, o assassino de Jorão, filho e sucessor de Acab, ordenou que o corpo da sua vítima real fosse atirado para os campos retirados a Nabot.
Esta história bíblica é geralmente apresentada como uma demonstração de que Deus não aprova que se use o poder em questões religiosas e de fé. Santo Ambrósio gostava de usar o episódio para exortar os ricos e poderosos contra a ganância e a cobiça, recomendando-lhes humildades e arrependimento.
