Abirão refere-se a um personagem bíblico, contemporâneo de Moisés. Era membro da tribo de Rubem e aparece na Bíblia associado a uma revolta.
Abirão significa Pai é Elevado ou Pai é Exaltado. Como dito acima referencia a um rubenita, filho de Eliabe e irmão de Datã e Nemuel. Além disso, era chefe da sua família e um dos principais homens de Israel na época do Êxodo do Egipto. Abirão junto com o seu irmão Datã, iniciaram junto com Corá uma revolta contra a autoridade de Moisés e Arão. Além destes três personagens, um terceiro personagem de nome Om também é incluído brevemente, mas não é mais mencionado depois disto. Depois de ajuntar um grupo de 250 homens, que eram maiorais de Israel eles acusaram Moisés e Arão de se elevarem sobre a restante congregação de Israel. É evidente que este conluio era um ataque ao sacerdócio e à autoridade de Moisés. Ao passo que Corá ambicionava para si o sacerdócio de Arão, Datã e Abirão possivelmente, queriam a liderança de Moisés. Isto fazia sentido visto que eles eram descendentes proeeminentes da tribo do primogénito de Israel. Por causa desta tentativa de usurpação dupla, a revolta foi tratada separadamente. Quando eles rejeitaram a convocação de Moisés para tratar desta revolta, eles não fizeram nenhuma menção a Arão o que indica a sua ambição pelo poder de Moisés e não pelo sacerdócio de Arão. Eles clamaram contra a liderança de Moisés sobre a nação e disseram que ele tentava ao máximo ser o príncipe sobre eles, e que deixara de cumprir a promessa de guiá-los a uma terra que manava leite e mel. A oração de Moisés a Jeová, em resposta a tais acusações, contém semelhantemente uma defesa de suas próprias ações, e não as de Arão.
Sendo assim, a rebelião parecia uma tentativa dupla, e visava não só o sacerdócio araónico, mas também a posição de Moisés como administrador das instruções de Deus. A época da rebelião talvez parecesse oportuna para a organização do sentimento popular em favor duma mudança, visto que pouco tempo antes o povo queixou-se duramente de Moisés, e falou sobre a nomeação de um novo cabeça para liderar a nação de volta ao Egito, e até mesmo havia sugerido apedrejar Josué e Calebe por apoiarem Moisés e Arão. Rubem era o primogênito de Jacó, mas perdera o direito à herança como tal, devido à ação errada. Assim, Datã e Abirão talvez expressassem ressentimentos pelo exercício de autoridade sobre eles por parte de Moisés, o levita, por desejarem recuperar o primado perdido de seu antepassado. Números 26:9, porém, mostra que sua luta não era só contra Moisés e Arão, mas também “contra Jeová”, que havia divinamente comissionado Moisés e Arão para ocuparem posições de autoridade.
Visto que a família dos coatitas (onde estava incluída a família de Corá) acampava do lado Sul do tabernáculo, o mesmo lado que os rubenitas, é bem possível que a tenda de Corá ficasse próxima das tendas de Datã e Abirão. Portanto, a organização da rebelião e desenvolvimento destas ideias parece ter sido causado pela união destas pessoas naquele lugar e pela sua intensa associação.
Na ocasião em que Deus expressou o seu julgamento, Datã e Abirão estavam de pé à entrada das suas tendas, ao passo que Corá e 250 apoiadores rebeldes encontravam-se reunidos junto à entrada da tenda de reunião, com os seus incensários na mão. Daí, depois da exortação de Moisés, para que os demais do povo saíssem e se afastassem das proximidades das tendas dos três cabeças da rebelião, Deus manifestou a sua condenação do proceder desrespeitoso deles por fazer com que o solo se abrisse sob as tendas de tais homens, e acabou por tragar Datã e Abirão, e as suas famílias. A família de Corá, com a exceção de seus filhos, também pereceu. O próprio Corá morreu junto com os 250 rebeldes, destruídos por fogo diante do tabernáculo. Assim, esta rebelião contra a autoridade divinamente designada teve um rápido fim, e, por causa da participação de Abirão nela, seu nome foi extirpado de Israel.