Dividendos e Prejuízos
A Evidência Mediterrânica
Autor: Fernando Alberto Ornelas Martins
Orientador: Jorge Bento Ribeiro Barbosa Farinha
Mestrado em Finanças
Faculdade de Economia da Universidade do Porto
(Localização: Repositório Aberto da Universidade do Porto)
Resumo
O presente trabalho examinou a relação entre a decisão de reduzir ou omitir dividendos e a ocorrência de prejuízos ou redução de lucros em empresas portuguesas, espanholas e italianas. Analisou também se os dividendos constituem uma previsão consistente da rendibilidade futura nessas empresas. O estudo empírico realizado permitiu concluir que a ocorrência de um prejuízo é, aparentemente, o primeiro requisito para que os dividendos sejam reduzidos de um ano para o outro após um registo estável de lucros e de dividendos positivos entre as 110 empresas da Euronext Lisbon, da Madrid Stock Exchange e da Borsa Italiana. Nestas circunstâncias, e para uma queda nos resultados líquidos entre 2001 e 2005, o prejuízo é mais determinante do que o nível do resultado líquido corrente (comparado com o nível do resultado líquido do ano anterior) e do que a variação do resultado líquido de um ano para o outro na explicação da decisão de reduzir ou omitir dividendos. Por outro lado, o estudo realizado permitiu concluir também que o resultado líquido corrente é um indicador mais fiável na previsibilidade dos resultados futuros do que os dividendos – o que suporta o teorema de Modigliani e Miller (1961). Analisando somente as empresas que cortaram os dividendos, o nível do resultado líquido corrente é mais determinante para a omissão de qualquer dividendo do que o prejuízo e do que a variação do resultado líquido, e o resultado operacional é um indicador mais importante na determinação dos resultados futuros do que os dividendos. Finalmente, neste mercado mediterrânico, para um grupo de 80 empresas que tiveram um ou mais resultados operacionais negativos, e analisando ano a ano entre 1986 e 2005, é a capitalização bolsista e os resultados extra-exploração que melhor explicam os resultados futuros, sem que os dividendos tenham significância estatística.
Palavras chave: Finanças, Master in Finance
Índice
Introdução
1. Introdução: a decisão sobre políticas de dividendos
1.1 Mecanismos de distribuição de dividendos
1.2 Tipos de políticas de dividendos
1.2.1 Política de não pagamento dos dividendos
1.2.2 Política de estabilização dos dividendos
1.2.3 Política residual dos dividendos
1.3 Procedimentos para o pagamento de dividendos
1.3.1 Data de declaração dos dividendos
1.3.2 Data ex-dividend
1.3.3 Data de verificação da titularidade
1.3.4 Data de pagamento dos dividendos
1.4 Alternativas à distribuição de dividendos
1.4.1 Recompras de acções próprias
1.4.2 Stock Dividends
2. Teorias sobre a política de dividendos
2.1 O modelo da irrelevância da política de dividendos
2.2 Modelo do diferencial de imposto
2.3 Teoria do Bird-in-the Hand
2.4 O efeito dos custos de transacção
2.5 Teoria da sinalização
2.6 Efeito-clientela
2.7 Teoria da agência
2.8 Modelo do Pecking Order
2.9 Teoria do Catering
3. A evidência empírica acerca dos dividendos e performance financeira
4. Dividendos, prejuízos e decréscimos dos lucros
4.1 Descrição da amostra de empresas
4.1.1 Reduções dos dividendos
4.1.2 Evolução dos resultados e as reduções dos dividendos
4.1.3 Reduções dos dividendos e rúbricas extra-exploração
4.1.4 Síntese das principais determinantes das reduções dos dividendos
4.2 Previsores dos resultados futuros
4.3 Reduções e omissões nos dividendos
4.3.1 Omissões dos dividendos
4.3.2 Evolução dos resultados e omissões dos dividendos
4.3.3 Omissões dos dividendos e rúbricas extra-exploração
4.4 Omissões dos dividendos e previsores de resultados futuros
5. Dividendo e EBIT negativo
5.1 Descrição da amostra de empresas
5.2 Estatísticas descritivas
5.3 Aumentos nos dividendos e previsores dos resultados futuros
5.4 Síntese dos dividendos em contextos de EBIT negativo
Conclusão
Fontes e Bibliografia
Anexos