Em descrições científicas formais, esses termos não estão bem empregados em relação a seres sem vida. Mais adequado, dizer básico, constitucional, essencial, fundamental.
Há reforço figurativo nas seguintes frases: “Os artigos tem importância vital num periódico médico”, “A ética tem importância vital à boa reputação do médico”, “Os patrocínios são de importância vital para os congressos médicos”. Nesses casos, atribuir vida a periódicos, reputação e congressos tem compreensível valor metafórico, próprio da literatura não científica.
O Houaiss (2009) traz bons exemplos a respeito dos usos mais adequados de vital: Como adjetivo de dois gêneros, significa relativo a vida, que é necessário para a manutenção da vida, ou que a afeta de maneira essencial como nas expressões energia vital e calor vital do sol; que desempenha função essencial num organismo: o coração é um órgão vital; que é caracterizado pela vida; capaz de viver: feto vital; que dá vida e vigor, vivificante: seiva vital. Como derivação ou sentido figurado significa que é essencial, de primordial importância: A opinião do especialista é vital para nossa decisão.
Sabe-se que muitos bons resultados nas tarefas profissionais decorrem de valer-se de detalhes como aperfeiçoamento técnico e científico. O estilo oratório ou redacional também pode ajudar como bom recurso em comunicação profissional. Vale a pena verificar o sentido próprio de um termo e esse detalhe a mais pode também sinalizar cuidado.
Envio um comentário do Prof. Domício Proença Filho, recentemente admitido como membro titular da Academia Brasileira de Letras
Somos livres para falar ou escrever como quisermos, como soubermos, como pudermos. Mas é também evidente que a adequação contribui efetivamente para maior eficiência comunicativa. O uso formal, designação que sintomaticamente disputa espaço com uso ou registro culto é ainda exigência para certos e importantes momentos da vida. Quem não o domina frequentemente se defronta com limitações no acesso ao mercado de trabalho, na progressão social, na vivência escolar, na comunicação com os outros. As raras e honrosas exceções se devem a articulações mentais privilegiadas e excepcionalíssimos desempenhos profissionais, assim mesmo no âmbito da expressão falada. Na manifestação escrita da comunicação cotidiana, impõe-se o regime formal de tal maneira, que mesmo as lembradas exceções buscam, rápida e discretamente, o assessoramento de um professor ou professora de português para evitar, no mínimo, o anônimo, irônico e cruel castigo do anedotário (Domício Proença Filho, doutor, professor livre docente aposentado, professor emérito e titular de Literatura Brasileira da Universidade Federal Fluminense em seu livro Por Dentro das Palavras da Nossa Língua Portuguesa, Rio de Janeiro, Record, 2003, p. 11-12).
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