Maison Margiela

Maison Margiela, ecléctica e única, a casa francesa Maison Margiela tornou-se num ícone de irreverência dos novos tempos da Moda, através da sua estética moderna e enigmática de criar arte em forma de roupa. Além de uma marca de moda, Maison Margiela consiste numa concepção estética única, com linguagem e dinâmica própria.

A casa de moda francesa, foi fundada em 1988, em Paris, pelo criador belga que dá nome à mesma, Martin Margiela, e caracteriza-se pela desconstrução do previsível, pela aposta na reciclagem, pela transformação e reinterpretação das peças de vestir e pelos acabamentos crus.

O resultado de todas estas características unidas ao génio do seu criador, foi uma marca de moda avant-garde com um o sucesso imediato.

Quando Martin Margiela, decide fundar a Maison, vivia-se um período em que a moda passava por tempos de esplendor e exuberância das grandes marcas, que promoviam-se, ampliando e estampado os seus próprios logótipos em qualquer tipo de peça de roupa, porém, Margiela pensava de maneira diferente, chegando a ter aversão a esse tipo de auto promoção. Sempre se recusou a utilizar a sua marca e a suas peças dessa maneira.

Para ele não havia estrelas e por isso, baniu a palavra “eu” de seu vocabulário. Se fosse necessário falar da marca e das suas criações, utilizava a palavra “nós”, referindo-se sempre à sua equipa de trabalho, que trabalhavam na Maison. Até mesmo as suas modelos que utilizava para desfilar as suas roupas, deveriam ser irreconhecíveis e indivíduos indecifráveis. Algo que depressa se tornou na principal característica dos seus desfiles.

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Maison Margiela

Desde o início, Margiela caracteriza a marca através de uma linguagem muito própria, tradução directa da sua imaginação iconoclasta e da sua necessidade de inovar e provar novos conceitos e técnicas. Ele foi o primeiro em muitas coisas que hoje em dia, parecem ter estado sempre na moda, como a desconstrução ou couro cortadas ao vivo, o tamanho XXL e volumes extremos ou o mix entre modelos profissionais com amigos e pessoas normais seleccionadas directamente das ruas.

Longe das câmaras e sem assinaturas, Margiela criava as suas peças únicas, propostas radicais e longe do pensamento comercial, como faziam, grande parte dos outros estilistas e marcas de moda. Mariela criou uma moda, contra a sociedade descartável e consumista, mantendo-se fiel ao seu carácter desconstructor e artístico, que o identifica.

Expôs as suas criações em inúmeros espaços artísticos, como a bienal de Arte e Moda de Florença, em 1996, onde se podia confirmar que até, as peças mais comuns de qualquer guarda-roupa, como é um trenchcoat, pode ser uma peça diferente e irreverente pelas mãos do designer.

Em 2003, a Maison Margiela, é adquirida pelo proprietário e director da Diesel. Em Dezembro de 2009, Martin Margiela deixa a empresa.

Sempre lutando contra o mediatismo que rondava os outros estilistas e grandes Marcas de Moda, Margiela manteve-se sempre distante dos focos de atenção até ao dia em que abandonou o cargo de director criativo da casa em 2009, logo após ao 20º aniversário da casa. Esta data marca também o fim do mistério da “Marca Branca”, como era reconhecida até então.

Com uma estratégia de marketing que era tudo menos convencional, recusou a criação de um logótipo com o objectivo de focar a atenção nas peças e não na marca em si. Assim, a etiqueta da casa está exposta no vestuário e mostra os números de “0” a “23”, consoante o número da colecção. Após o 20º aniversário, este sistema foi substituído e a casa apresentou um logótipo clássico pela primeira vez.

Martin Margiela sempre se soube impor como um dos estilistas mais influentes e mais iconoclastas que apareceram nos últimos anos e apesar da sua ausente do mundo da Moda, as suas criações e genialidade, continua a despertar paixões, a marca que deixou na história da moda e do design, é e será sempre, reconhecida e apreciada por quem entende de moda e estilo atemporal.

“Qualquer um que está ciente de como é a vida no mundo contemporâneo é influenciado por Margiela”. – Marc Jacobs

No dia 6 de Outubro de 2014, o grupo Only The Brave (OTB), oficialmente anunciada pelo presidente Renzo Rosso, a nomeação de John Galliano como director artístico da casa francesa. Esta nomeação marca uma nova era na história da Maison. Um talento criativo visionário e não conformista, para dar um novo significado e caminho à herança iconoclasta da Margiela e um novo impulso ao futuro promissor da marca.

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References:

www.maisonmargiela.com

JENSS, Heike. Fashion Studies: Research Methods, Sites, and Practices. Bloomsbury Publishing, 2016

STERLACCI, Francesca; ARBUCKLE, Joanne. Historical Dictionary of the Fashion Industry. Rowman & Littlefield, 2017

ZAHM, Olivier. MAISON MARTIN MARGIELA. RIZZOLI (USA). 2009

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