Anna Wintour além de ser a actual editora chefe da edição americana da revista Vogue também é um verdadeiro ícone da moda, com o seu eterno corte de cabelo ‘bob’ e os óculos de sol sempre postos, Já considerado como sua imagem de marca. Anna começou como editora chefe da prestigiosa revista de moda Vogue em 1988 e depois de 28 anos à sua frente, tornou-se uma mulher muito poderosa no mundo da moda, um exemplo de influência e prestigio, através das páginas da revista Vogue, define quais as tendências, as cores e os designares que vão estar ou não, na moda em cada temporada praticamente no mundo inteiro. E qualquer, que se auto denomine amante e seguidor da Moda e das tendências, lê e segue o que a Vogue dita, como se da Bíblia se tratasse e Anna é o seu criador.
”Anna tornou-se o mais poderoso nome da moda.” – Jerry Oppenheimer
Anna nasceu em Londres, a 3 de Novembro de 1949, filha de mãe americana, Eleonor Trego e de pai inglês, Charles Wintour, editor chefe do jornal London Evening Standard. Anna aparentemente sempre teve um refinado sentido de estética e moda. Em criança, aconselhava o pai, com ideias para tornar a publicação mais atraente para os jovens. O seu pai tinha a fama de ser rigoroso, não só com as crianças, mas também com os seus empregados. “Certamente aprendi com ele: as pessoas respondem bem a alguém que está confiante de que o que você quer “, disse Anna numa entrevista.
Quando terminou o colégio começou a trabalhar como jornalismo de moda entre Inglaterra e os Estados Unidos. Primeiro trabalhou como editora-assistente da revista Harper’s Bazaar em Nova Iorque, depois trabalhou como editora de moda na revista Viva, onde permaneceu durante dois anos.
A sua carreira chega a um ponto de viragem, quando se torna editora na prestigiada revista New York, onde começou desde cedo a mostrar a sua capacidade criativa na produção e concepção dos editoriais de moda, chamando à atenção da industria da moda desde muito cedo. Em 1983, começa a trabalhar na Vogue Americana como editora criativa, um cargo criado de especialmente para ela.
Em 1985, dois anos depois de se ter casado com o psiquiatra Sul-Africano David Shaffer, Wintour retorna a Londres como editor-chefe da Vogue britânica, com uma ideia muita bem definida do que queria para a revista, mudando por completo o enfoque editorial, demitindo a maioria dos profissionais que lá trabalhavam e contratando novas estrelas do jornalismo fashion para conseguir uma maior praticidade, à americana.
“Quero que a Vogue seja veloz, afiada, e sexy, eu não estou interessado nos super-ricos… Eu quero que nossos leitores a sejam enérgicas, mulheres executivas, com dinheiro próprio e com uma ampla gama de interesses. Há um novo tipo de mulher lá fora. Ela está interessada em negócios e dinheiro. Ela não tem tempo para comprar. Ela quer saber o que e por que, onde e como”, disse ela à publicação London Daily Telegraph.
Em 1988, conquistando por completo a confiança dos editores da Condé Nast, Anna consegue finalmente, o posto que sonhou toda a vida, ser a editora da maior revista de moda do mundo, a Vogue Americana. E mais uma vez, com grande ideias e mudanças em mente.
Wintour apertou o enfoco da revista, sofisticando ainda mais o material editorial, rejuvenesceu as capas, actualizando o estilo começado por uma de suas antecessoras dos primórdios da revista e um dos maiores ícones do mundo da moda, Diana Vreeland.
Anna também muda o mercado das modelos e lançando modelos adolescentes quase desconhecidas (entre elas, nos anos 1990, a brasileira Gisele Bündchen, apresentando modelos de corpo e cabelos molhados na capa à luz do dia, sem maquilhagem, investindo na geração saudável dos anos 1990.
Valorizou e destacou o trabalho dos maquilhadores, cabeleireiros, produtores e fotógrafos, ao mesmo tempo em que colocava nas suas capas (pela primeira vez na história das revistas de moda) personalidades como estrelas de cinema e socialites americanas e europeias e até uma primeira-dama.
Anna Wintour representa uma nova e renovada era da revista Vogue e com ela à frente dos comandos da revista, a Vogue recuperou da influência de suas concorrentes directas Elle, Harper’s Bazaar e Women’s Wear Daily aumentando seu facturamento e tiragem. E torna-se para muitos como “a bíblia da moda”.
Em Setembro de 2007, a revista saiu para as bancas com 840 páginas, três quartos delas de publicidade, tornando-se a revista mensal com o maior volume de páginas e anúncios da história editorial mundial.
Anna Wintour é considerada como a força mais influente no mundo da moda, apesar de temida por colegas de profissão, concorrentes, estilistas, subalternos em geral e até por amigos, devido a seu temperamento autoritário e mau gélido, Anna Wintour é venerada pelo seu extremo bom gosto, criatividade, disposição de trabalho e olhar clínico para os novos talentos da moda.
References:
Oppenheimer, Jerry. Front Row – Anna Wintour: The Cool Life and Hot Times of Vogue’s Editor in Chief. Paperback, 2006
Kastelein, Kate. Anna Wintour: Vogue Magazine’s Editor-In-Chief and Fashion Icon. Hyperink, 2012
BERNARDES, Marcelo. A dona da passarela. Revista ÉPOCA – http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT931641-1664,00.html