O Setembrismo designa o movimento político da ala esquerda, ou radical, do liberalismo português que, em oposição à ala direita, defensora da Carta Constitucional outorgada por D. Pedro, apelava à consolidação da nova aristocracia liberal e à proteção do alto comércio na nacional e estrangeiro. Defendia, por sua vez, a instauração da Constituição de 1822.
Graças, então, à Revolução de Setembro de 1836, esta ala assumiu o poder, instaurando, numa primeira fase, um regime ditatorial imposto por Passos Manuel.
Numa segunda fase, em 1838, com a queda deste governo, votou-se a nova Constituição, oferecendo um programa mais moderado que contou com o apoio das classes industriais e da pequena burguesia comerciante, tendo por figuras principais Ferreira Borges, ou Sá da Bandeira.
Sucedeu-se, depois, um novo período de amplas reformas, nomeadamente de desenvolvimento artístico e cultural.
A queda do Setembrismo, que ocorreu em janeiro de 1942, ficou a dever-se à falta de uma base de apoio com força política. No entanto, tanto o renascimento do seu espírito, como o ressurgimento de alguns dos seus líderes, deu-se devido à “Maria da Fonte” e à “Patuleia”.