Alexandre Alberto da Rocha de Serpa Pinto 1º Visconde de Serpa Pinto, nasceu a 20 de Abril de 1846 em Cinfães, filho do apoiante absolutista e médico, José da Rocha Miranda de Figueiredo, com Carlota Cacilda de Serpa Pinto, cuja família apoiou os liberais no decurso da guerra civil. Faleceu em Lisboa no dia 28 de Dezembro de 1900.
Aos dez anos começou a estudar no colégio militar, onde concluiu a formação sete anos volvidos enquanto Comandante de Batalhão. Em 1869 aventurou-se pela primeira vez no continente africano, com o intuito de avaliar as características geográficas, económicas e hídricas. Esta expedição, maioritariamente composta por mercenários, à faixa oriental africana, compreendendo a região do Rio Zambeze, tinha igualmente como fito combater algumas tribos nativas que haviam devastado outras forças expedicionárias lusas.
Em 1877 juntamente com Hermenegildo de Brito Capelo e Roberto Ivens, regressa ao continente africano com a missão de explorar os territórios compreendidos entre Angola e Moçambique, e as bacias hidrográficas do Rio Zambeze e Zaire. Esta missão tinha fins exploratórios e de conhecimento científico, um pouco à imagem do que as restantes potências colonizadoras faziam em África, como forma de atestar soberania sobre determinado local.
Serpa Pinto tinha uma visão distinta quando ao intuito desta missão, pretendia fazer a ligação entre a costa angolana e a moçambicana, Capelo e Ivens pretendiam manter-se fiéis ao propósito de exploração das bacias do Zaire e Zambeze. Esta ruptura de opiniões levou à divisão da expedição, Ivens e Brito continuaram com o plano de exploração proposto pela governação régia, enquanto Alexandre procurou, embora sem sucesso, atingir por via terrestre a costa moçambicana, passando pelos grandes lagos e tentando ligar por via terrestre o Oceano Atlântico e Indico.
O objectivo de Serpa Pinto era mapear o interior do continente africano, com vista o fortalecimento da posição negocial portuguesa nas discussões sobre a divisão de África. Portugal pretendia reclamar a soberania dos territórios entre Angola e Moçambique, ao explorar estes espaços Alexandre tentava reafirmar a autoridade e soberania lusa na África Austral.
A Conferência de Berlim definiu a ocupação e exploração de espaços no continente africano, mediante a ocupação histórica efectiva de determinado espaço. Portugal tentava reclamar para si, os espaços entre Angola e Moçambique – Mapa cor-de-rosa, mas sem a ocupação efectiva deste espaço não o podia fazer segundo a Conferencia de Berlim, redigida mediante os interesses das grandes potências, Inglaterra, França e Alemanha.
Serpa Pinto teve um papel fulcral no desenrolar das relações entre o reino português e inglês nos finais do século XIX. Ao deparar-se com uma tentativa de fixação inglesa nos espaços reclamados por Portugal, retirando as bandeiras britânicas fixadas junto ao Rio Nassa.
Esta acção provocou uma resposta imediata por parte do Império Britânico, na forma do Ultimato Inglês. Os ingleses pretendiam reclamar territórios entre Angola e Moçambique, com o propósito de criar uma linha ferroviária entre a cidade do Cairo no Norte de África, e a do Cabo no extremo sul do continente africano. Portugal cedeu às pretensões inglesas, que nunca construíram a linha férrea continental.
Serpa Pinto ficou imediatamente associado ao nacionalismo português, e à resistência contra os poderes estrangeiros. Era a antíteses da monarquia portuguesa, decadente e sem qualquer tipo de brio nacional. Alexandre era visto como um aventureiro, intrépido, corajoso, um novo herói descobridor e nacional, numa nação com uma baixa auto-estima. Era frequentemente associado com os grandes navegadores portugueses dos séculos XV e XVI, com a implementação da Republica em 1910, tornou-se um dos símbolos do regime democrático.
Em 1885 foi eleito cônsul-geral para o Zanzibar e em 1894 foi nomeado governador-geral de Cabo Verde.