Revolta 31 de Janeiro

A Revolta de 31 de Janeiro de 1891, ocorreu na cidade do Porto, é considerado o primeiro movimento no sentido de abolição da monárquica e implementação…

O século XIX ficou, marcado pelo forte desenvolvimento industrial e consequentemente crescimento económico. A revolução industrial, e novos métodos de produção colocaram uma forte pressão na obtenção de matérias-primas. Neste quadro, e numa época em que o colonialismo ainda estava fortemente implementado, principalmente em África, surge uma forte pretensão e demanda por exploração de recursos naturais neste continente por parte das grandes potências europeias.

Portugal pretendia criar um enorme território que ligava Angola a Moçambique – Mapa Cor-de-Rosa. Esta pretensão colidia, com os interesses ingleses para a região. Em 1890, o Império Britânico exige a retirada dos militares portugueses chefiados por Serpa Pinto (Ultimato inglês), a coroa portuguesa cede às exigências britânicas, o que provoca uma onda de indignação pelo território nacional.

Desta capitulação, e submissão nasce um fervor republicano, é neste contexto que dá-se a revolta de 31 de Janeiro. A revolta foi incitada pelo regimento de caçador nº 9, no campo de Santo Ovídio, actualmente Praça da Republica. A esta revolta juntaram-se outros militares como o alferes Malheiro, o tenente Coelho liderando a infantaria 10, e o capitão Leitão.

Seguiram em marcha através da Rua do Almada, declamando vivas à Republica, até aos Paços do Concelho, na então Praça D. Pedro, actual Praça da Liberdade. Aí, Alves de Veiga proclama a implantação da Republica, formação e constituição de um governo provisório. Foi hasteada uma bandeira verde e vermelha, símbolo do republicanismo.

Muitos populares aderiram aos revoltosos. Em marcha festiva e com intuito de ocupar a estação de Correios e Telégrafos, seguiram pela então Rua de Santo António até à Praça da Batalha, mas na parte superior da rua estavam forças leais à monarquia. Por tiros, provavelmente disparados pela multidão revoltosa, as forças leais ao regime, disparam indiscriminadamente sobre a multidão, provocando uma debandada. Os resistentes refugiaram-se nos Paços do Concelho, tentando formar um movimento de resistência. Mas viraram-se, obrigados a render-se nesse mesmo dia.

Alguns revoltosos como, Alves de Veiga, conseguiram fugir e refugiar-se no estrangeiro, os restantes foram presos ou exilados no espaço colonial português. Após a implementação da Republica, em homenagem aos acontecimentos na Rua de Santo António, esta passou a chamar-se Rua 31 de Janeiro.

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References:

CATROGA, Fernando ; O Republicanismo em Portugal da Formação ao 5 de Outubro de 1910 , Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1991

LAINS, Pedro; SILVA, Álvaro Ferreira da; História Económica de Portugal, 1700-2000, ICS , 2005

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