Biografia de D. João I “O de Boa Memória”
Nascido em Lisboa em 1357 e filho bastardo de D. Pedro I, rei de Portugal, e de D. Teresa Lourenço, D. João I (com o cognome “O de Boa Memória”) foi o primeiro rei da segunda dinastia, a chamada dinastia de Avis.
João I é uma das figuras centrais da primeira grande crise política em Portugal: a crise de 1383-85. Na altura responsável pela Ordem de Avis, da qual foi Grão Mestre, conspirou contra a regência de D. Leonor Teles, viúva de D. Fernando, tendo participado na execução de João Fernandes Andeiro, conde de Ourém, em 6 de Dezembro de 1383. Na sequência deste episódio, e apoiado por diversos nobres, entre os quais Álvaro Pais, o Mestre de Avis é eleito Regente e Defensor do Reino. Após um período de cerca de dois anos de grande instabilidade e conflitos internos e com Castela que caracterizaram os anos de 1383 a 1385, o Mestre de Avis é finalmente aclamado rei de Portugal em 6 de Abril de 1385 nas cortes de Coimbra.
A contenda com Castela, cujo rei D. João I de Castela, casado com D. Beatriz, filha de D. Fernando e de D. Leonor Teles, tinha pretensões ao trono português, viria a ter o seu ponto alto na Batalha de Aljubarrota a 14 de Agosto de 1385, na qual o exército português, liderado por D. Nuno Álvares Pereira, infligiu pesada derrota aos castelhanos e às suas pretensões.
Além da consolidação da independência de Portugal face a Castela, D. João I ficou também na história como o monarca que iniciou a expansão portuguesa ao conquistar, em 1415, a cidade de Ceuta, importante entreposto comercial localizado no Norte de África.
Após um longo reinado de cerca de 43 anos, morre em 1433 na cidade Lisboa, estando sepultado no Mosteiro da Batalha.
