Embora a República Portuguesa tenha sido proclamada a 5 de outubro de 1910, em Lisboa, a revolução republicana já tinha, desde o final do século XIX, entrado num processo que visava a conquista do poder, pois as instituições monárquicas vinham, desde 1906, a perder gradualmente a sua importância e credibilidade.
O Partido Republicano, que havia, então, sido fundado ainda no final do século XIX, começava a destacar-se pelo seu vigor, espírito de iniciativa e determinação quanto às questões mais fulcrais a analisar e a debater.
De facto, desde 1980 que os problemas do país eram analisados sobretudo à luz da política, ficando de lado o aspeto social e económico. Tudo era, no entanto, mais grave, pois havia a considerar a crise de 1981, ou o modo pouco satisfatório como a monarquia tratava as questões ultramarinas. Mais tarde, em 1902, sobreveio a questão dos adiantamentos à família real e o sufrágio restrito.
Dado que os republicanos propunham ações a curto prazo, expondo soluções eficazes que abrangessem as esferas política, económica e social, os portugueses convenceram-se, assim, que os monárquicos não tinham capacidades para resolver os problemas e que era urgente encontrar outros dirigentes. Neste sentido, o Partido Republicano ganhou bastantes simpatizantes, mesmo entre os espíritos que se sentiam mais fiéis à monarquia.
Embora já com mais deputados, em 1908, falhou a primeira tentativa de revolução republicana, mas foram mortos o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro. Esta tragédia, no entanto, não evitou que a adesão ao Partido Republicano se manifestasse nas eleições do mesmo ano. Os votos dos republicanos aumentaram 1/3 e foram eleitos mais três deputados.
Já em 1910 foram eleitos dez deputados e, finalmente, a 5 de outubro desse mesmo ano foi eleito um governo provisório chefiado por Teófilo Braga.