O que foi o Watergate?
O termo Watergate refere-se ao nome dado à investigação do caso de corrupção mais famoso dos Estados Unidos, durante a década de 1970. O escândalo político ficou conhecido mundialmente, após culminar na renúncia do presidente Richard Nixon.
Origem do caso Watergate
Tudo começou quando Bob Woodward e Carl Bernstein, dois repórteres do Washington Post, começaram a investigar um facto que ocorreu no dia 18 de Junho de 1972. A capa do jornal em que eles trabalhavam noticiava o assalto do dia anterior à sede do Comitê Nacional Democrata, no Complexo Watergate, na capital dos Estados Unidos. Por esta razão, o caso ficou conhecido como Watergate.
Na reportagem, o jornal explicava que durante a campanha eleitoral, cinco pessoas foram detidas, quando tentavam fotografar documentos e instalar aparelhos de escuta no escritório do Partido Democrata norte-americano. Intrigados, os dois jornalistas decidiram mergulhar a fundo na história.
Durante muitos meses, eles estabeleceram as ligações entre a Casa Branca e o assalto ao edifício de Watergate. Eles foram informados por uma pessoa, conhecida apenas por Garganta profunda (Deep Throat), que revelou que o presidente sabia das operações ilegais.
A renúncia
Richard Nixon, que havia sido eleito democraticamente presidente em 1968, voltou a candidatar-se em 1972, tendo como opositor o senador democrata George McGovern, e obteve uma vitória esmagadora, ganhando em 49 dos 50 Estados. McGovern venceu apenas em Massachusetts, além do Distrito de Columbia.
Foi durante essa campanha de 1972 que se verificou o incidente na sede do Comitê. Durante a investigação oficial que se seguiu, foram apreendidas fitas gravadas e editadas que pareciam comprovar o envolvimento do presidente nas operações ilegais contra a oposição.
Com a exposição feita pelos jornalistas do Washington Post, Nixon foi julgado pela Suprema Corte dos Estados Unidos e obrigado, por veredicto unânime, a apresentar as gravações originais, em 24 de Julho de 1974. Após a escuta das fitas, Nixon não conseguiu negar sua culpabilidade e, para não sofrer um impeachment, renunciou no dia 9 de agosto do mesmo ano.
Foi substituído pelo vice Gerald Ford, que assinou uma anistia, retirando-lhe as devidas responsabilidades legais perante qualquer infração que tivesse cometido.
O facto foi tão repercutido que ganhou uma versão cinematográfica conhecida como Todos os homens do presidente.