O contexto histórico da segunda metade do século XIX fica, marcado pelas tensões entre as potências europeias, no que diz respeito à exploração do continente africano. Muitas destas tensões viriam, a precipitar alianças, que alguns anos mais tarde iriam culminar na Primeira Guerra Mundial.
De forma a minimizar essas tensões em 1884-1885, é realizada a conferência de Berlim, onde foram estipuladas as áreas de influência de cada potência europeia.
As pretensões portuguesas saíram defraudadas, com mais concessões que privilégios adquiridos. Surge no seio do reino português a necessidade de salvaguardar os interesses portugueses, nascendo o Mapa cor-de-rosa, como garante do direito histórico, económico e territorial de exploração de territórios africanos entre Angola e Moçambique.
Esta pretensão colidia com o interesse britânico em ligar a cidade do Cabo à cidade do Cairo.
Portugal realizou um conjunto de explorações no espaço reivindicado, de forma a atestar a soberania portuguesa. Salisbury, primeiro-ministro britânico, não reconheceu a ocupação destes territórios, afirmava que não possuíam a força militar suficiente, para garantir a segurança de estrangeiros e controlar os nativos.
Numa dessas expedições, Serpa Pinto, retirou bandeiras inglesas que demarcavam uma região de interesse inglês. Este incidente serviu de pretexto para que, a 11 de Janeiro de 1890, o primeiro-ministro Salisbury exigisse a retirada das forças portuguesas dos territórios entre Angola e Moçambique – Ultimato Inglês.
A Portugal não restou outra opção, a não ser capitular de forma humilhante às exigências ingleses. No imediato, este ultimato provocou a queda do governo, a longo prazo, provocou a alteração de regime a 5 de Outubro de 1910, com a implantação da Republica. A portuguesa, hino actual do país, foi criada nesta época em resposta nacionalista e exacerbada da resistência intelectual portuguesa aos britânicos.
References:
LAINS, Pedro; SILVA, A. Ferreira da (coord.); História Económica de Portugal, 1700-2000. , ICS, 2000