O que foi o Setembro Negro
Setembro Negro é a designação dada pelos palestinianos ao mês de setembro de 1970. Nesse mês, o rei Hussein da Jordânia, em resposta ao crescente poder da Organização de Libertação da Palestina (OLP), que após a ‘Guerra dos 6 dias’ se havia instalado no país, resolveu expulsá-la, dando origem a uma guerra civil em que o monarca hachemita arriscou o seu trono. O grande confronto tem início a 16 de setembro quando Hussein dá plenos poderes a Muhammad Zia-ul-Haq para que acabasse com os fedayin da OLP. No dia seguinte a Síria envolve-se no confronto enviando 200 tanques para ajudar os fedayin. Por seu lado, o governo jordano recebe o apoio dos Estados Unidos que enviam uma esquadra para o Mediterrâneo Oriental e de Israel, que realiza movimentos de tropas, colocando-as à disposição de Hussein, caso fosse necessário. Sob intenso ataque das forças jordanas, o exército sírio é obrigado a recuar e retira-se da Jordânia a 24 de setembro. No dia seguinte os fedayin são obrigados a desistir e a concordar com um cessar-fogo. A 27 de setembro é assinado um acordo de paz segundo o qual Hussein reconhecia o direito das organizações palestinas de operar na Jordânia, mas sem qualquer controlo sobre as cidades. Nos 10 dias de sangrentos confrontos, em que Hussein acabou por vencer, morreram muitos milhares de palestinianos que, por isso, passaram a considerar este mês como o Setembro Negro.
O mesmo nome foi mais tarde adotado por uma organização terrorista que, entre outros atentados, assassinou o primeiro-ministro jordano em novembro de 1971 e atacou os atletas israelitas nos Jogos Olímpicos de Munique em setembro de 1972.