Revolução Francesa

A Revolução Francesa: antecedentes que estiveram na sua origem e principais acontecimentos do período revolucionário…

Iniciada em 1789, a Revolução Francesa consistiu num período de intensa agitação em França e que marca um profundo ponto de viragem na vida social e política não apenas em França, mas em toda a Europa. O apoio dado pelos franceses aos norte-americanos durante a Guerra da Independência foi um êxito político mas teve graves consequências nas finanças públicas. A única forma de as equilibrar era o aumento de impostos sobre as classes mais privilegiadas: a nobreza e o clero. Mas estes recusaram-se a aceitar e o rei Luís XVI viu-se obrigado a recorrer ao povo.

Em 1788, o rei aceita convocar os Estados Gerais, um modelo que consistia numa câmara alta e numa câmara baixa. Mas o sentimento geral era o de que este modelo já não se adequava às necessidades do país e deveria ser substituído por uma única assembleia legislativa que decidisse sobre as medidas propostas pelos ministros do rei. Resistindo às intimidações de Luís XVI, a câmara baixa decide criar uma Assembleia Nacional. Mas o rei ordena então o fecho da sala em Versalhes onde se reunia a Assembleia Nacional e os seus membros mudam-se para um campo nas vizinhanças.

Descontentes com a atitude do rei, o povo de Paris enceta uma manifestação violenta e a 14 de Julho de 1789, uma multidão avança sobre a Bastilha, a fortaleza real que aos olhos dos franceses representava tudo o que de mais odioso representava a monarquia. Este ataque, que ficou conhecido como a Tomada da Bastilha. Foi este o início de violentos motins, um pouco por todo o país, contra a autoridade do Estado, a aristocracia e o clero.

A Assembleia Nacional dá então início a profundas reformas, abolindo os direitos feudais e definindo os princípios base de uma Constituição assente na soberania poplular. O objectivo era o de limitar os poderes absolutos do rei, atribuindo aos ministros o poder executivo e à Asembleia Nacional o poder legislativo. Mas o rei recusou-se e vetou todas as propostas que lhe foram apresentadas, o que enfureceu ainda mais os parisienses, dando início a um violento processo revolucionário. Primeiro trouxeram o rei de Versalhes para Paris, instalando-o no Palácio das Tulherias, juntamente com a Assembleia Nacional. De seguida, e após nova recusa do rei em aceitar a imposição de uma Monarquia Constitucional, a multidão assalta as Tulherias e põe fim à monarquia. A Assembleia Nacional é então substituída pela Convenção Nacional, um órgão eleito por sufrágio universal, dando assim início à Primeira República Francesa. Contudo, as diversas ameaças internas e externas à nova república levou à tomada de medidas extremistas. Uma dessas medidas foi o julgamento e execução do rei em 21 de Janeiro de 1793, na sequência da qual o poder executivo é entregue a um Comité de Salvação Pública e o poder judiciário a um Tribunal Revolucionário. O grupo mais extremista (os jacobinos) e o povo apoiaram estas iniciativas, mas os moderados acobardaram-se e Maximilien Robespierre, o impiedoso chefe do jacobinos, toma o poder e inícia um período de verdadeiro terror. Entre 1793 e 1794 terão sido mortas entre 20 mil e 40 mil pessoas. Primeiro foram executados os inímigos de classe, nomeadamente a rainha viúva, o duque de Orleães e muitos outros; seguiram-se diversos membros do clero, numerosos políticos moderados e suas famílias e por fim todos os jacobinos que desagradavam a Robespierre.

Passado algum tempo os delegados da Convenção conseguem encontrar a coragem necessária e mandam prender Robespierre, o qual se refugia na Comuna de Paris, o verdadeiro centro de poder da altura. Mas não obtendo a proteção da Guarda Nacional, Robespierre é novamente preso e executado no dia seguinte. Apesar da execução de Robespierre, a tensão mantinha-se entre republicanos, moderados e extremistas e entre a Convenção e a Comuna. A contenda foi finalmente resolvida com uma batalha entre a Guarda Nacional Parisiense e o exército regular que a Convenção chamara em sua defesa, batalha vencida por estes últimos. Pouco depois, Barras, o deputado que assumira o comando das forças da Convenção torna-se na figura dominante do Diretório que assumiu o poder. Mais tarde é a vez de Napoleão Bonaparte assumir o poder, alterando substancialmente o curso da vida social e política em França e em toda a Europa.

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