Mary Quant, estilista de moda britânica, nascida em Londres, que ganhou fama internacional e influenciou de forma decisiva o mundo da moda nos anos sessenta, com a popularizar a mini-saia e a criação do ainda actual estilo “chelsea look”. Mary foi um símbolo de juventude e rebeldia, com o seu estilo colorido e inovador de linhas rectas e simples, que contrastava com a restante tendências de moda da altura, que se caracterizava pela seriedade.
Mary Quant estudou ilustração, na Escola de Arte Goldsmiths College de Londres.
Ao contrário da maioria dos outros estilistas da época, Mary tinha a vantagem de partilhar a mesma faixa etapa dos seus clientes e estava convencida que o mundo da moda necessitava criar e oferecer roupa a pensar nos jovens, mais acessível.
Em 1955 Mary, abre com Alexander Plunkett-Greene, com quem acabaria por casar dois anos depois, a sua primeira loja de roupa, a famosa Bazzar em King’s Road, onde inicialmente começou vendendo roupas de outros designers, mas insatisfeita com a escassa oferta de roupas originais e interessantes, decide começar a produzir criações própria desenhadas e confeccionadas por ela. E o resultado foi o conhecido “London Look”, que consistia na combinação entre vestido ou saia pelo joelho às riscas ou de xadrez e botas de plástico branco.
Quant tinha uma vantagem sobre os designers da sua época, ela tinha a mesma idade dos seus clientes, a roupa que desenvolvia era feita pensando nas suas próprias necessidades, nas necessidades da jovem e revolucionária geração britânica da década de 1950s e 60s.
Com as suas criações simples mas atrevidas e, sobretudo a preços bastante acessíveis, Mary Quant revolucionou a moda séria e formal da época. Apresento ao mundo um novo tipo de mulher, personificado pela mítica Twiggy.
“Foi muito gratificante ver que não apenas as raparigas jovens da minha geração dos 60, usavam as minhas roupas, mas também mulheres da sociedade nobres e rica. Elas tinham tudo, menos roupas divertida. “
Em 1964, a mini-saia alcança os 34cm e o mundo se revolta com o choque da indecencia e realizarm-se protestos no Vaticano contra Mary Quant e a mini-saia.
Ela que sempre foi apontada como a criadora da mini-saia, mas sempre afirmou que na realidade, que teve a idade de o fazer, tinham sido, as jovens que compravam e visitavam a sua loja e lhe iam pedindo que fizesse as saias e vestidos cada vez mais corpos. Apesar que na época havia vários outros designer a explorar este novo corte, também eles inspirados pela nova atitude e necessidade de originalidade e liberdade da geração jovem.
As suas criações e estilos de Mary Quant invadiam as ruas, com peças como as botas até ao joelho, as malas de plástico, os vestidos tipo “pichi”, os cintos largos na cintura, os óculos de sol maxi, os verniz para as unhas azul ou eye-linear prateado, entre muitas outras peças.
Os seus modelos começaram a ser produzidos industrialmente abrindo-lhe as fronteiras para cruzar fronteiras e oceanos, até ao Japão, Paris, Tóquio e Nova Iorque, onde foi muito bem recebida.
Os seus desenhos eram cada vez mais populares e as estrelas da musica e do cinema daquela época, não foram uma excepção, Jane Fonda, Brigitte Bardot, Nancy Sinatra, Pattie Boyd, e Jean Shrimpton, entre outras, surgiram mais do que uma vez, usando os estilos de Quant.
Em 1966, no auge da sua fama, Quant, lança uma das peças chave desta era, o impermeável de plástico brilhante e expande o seu negócio com uma linha de maquilhagem, que tinha itens máximos a “paint box”.
Foi também nesse ano, que recebeu sua Ordem do Império Britânico pela sua contribuição à indústria da moda. Premio que foi receber ao Palácio de Buckingham, como não poderia ser de outra forma, vestida com uma mini-saia. Também, ela escreveu seu primeiro livro, Quant por Quant, e desde então passou a escrever livros sobre maquilhagem e outras autobiografias.
Durante os anos 1970 e 80s, foi-se concentrando principalmente, na sua linha de maquilhagem e lançado outras peças de roupa e acessórios, como as “hot pants” (calções femininos), lingerie, jóias, guarda-chuvas, malas e meias.
Em 1973, o Museu de Londres realizou uma exposição de retrospectiva em reconhecimento à sua enorme contribuição para o mundo da moda.
Em 1988, foi convidada para desenhar o interior do novo modelo edição especial do carro Mini, o Mini Designer, desenhando os assentos às riscas brancas e pretas e o cinto de segurança, vermelho, também ainda levava o logótipo e a assinatura de Quant. O Mini era o carro preferido de Quant, sendo devido a ele e ao amor que Quant tinha por ele, que a mini-saia se chama assim.
Desde então, Mary Quant continuou a sua carreira como designer para a sua cadeia de boutique espalhadas pelo mundo e também se envolveu mais a fundo com a sua marca de sucesso de cosméticos.
References:
QUANT, Mary. Mary Quant My Autobiography: My Autobiography. Headline Publishing Group, 2012
QUANT, Mary. Colour by Quant: your personal guide to beauty & fashion. Treasure press, 1988