Kilt

O kilt, é uma peça de roupa masculina, tradicional escocesa, irreversivelmente associado aos Highlanders do século XVI. Acredita-se que os kilts, têm uma forte influencia da roupa que utilizavam os normandos e os vikings que conquistaram toda a região no século VIII.

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Kilt, peça de roupa masculina, tradicional escocesa

A palavra kilt deriva da palavra dinamarquesa kilt ou da antiga palavra norueguesa kjilt, que significa tecido dobrada em capas ou plissado, e referindo-se a roupa que é dobrada por encima e ao redor do corpo.

A sua origem deriva de outra peça de roupa tradicional escocesa chamada “feileadh mor”, que consistia numa espécie de túnica criada através de uma longa (cerca de cinco metros de comprimento) tira de tecido, enrolado na cintura e preso com um cinto, com o objectivo de cobrir todo o tronco e pernas, mas sempre deixando completa liberdade de movimentos necessária.

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“Feileadh mor”

Da cintura para baixo era muito semelhante ao kilt actual, no entanto, a ponta do tecido que sobrava, se colocava por encima do ombro ou se utilizava para cobrir a cabeça, dependendo das condicionantes do tempo (na necessidade de se proteger da chuva ou da neve e frio), esta parte se aguentava com a ajuda de um broche, muitas vezes representativo do brasão ou símbolo da família ou clã.

Á medida que foi passando o tempo o “feileadh mor” foi-se simplificado, acabando por perder o tecido extra da parte de cima, ficando apenas o cinto e a saia, a esta nova vertente se chamou “beg feileadh” ou como todos nós o conhecemos, kilt.

Os kilts diferem uns dos outros dependendo da sua cor e do tipo de xadrez que o tecido desenha na sua trama, este tecido de lã é chamado de tartan, que significa xadrez e também é extremamente representativo e tradicional escocês.

A quantidade e qualidade das cores utilizadas na criação de cada tartan, dependiam do clã a que cada individuo, pertencia. Cada um dos Clãs tinha as suas próprias cores e desenhos de xadrez. Existindo mesmo, um organismo oficial que regula o uso dos diferentes tartans, o  “The Scottish Tartan Authority”.

O Século XVIII, representou um momento marcante e muito difíceis na história da Escócia, com as enumeras revoltas de libertação nacional dos jacobitas contra os ingleses, tentando restabelecer a dinastia Stuart no trono escocês. Mas tudo isso, terminou numa derrota sangrenta dos valentes escoceses na Batalha de Culloden em 1745, às portas de Inverness, trazendo com ela a perseguição e repressão de tudo o que era símbolo, e modo de vida, das Terras Altas (Highlands): os clãs foram dissolvidos, o tartan, os kilts, as gaitas-de-foles e a língua gaélica escocesa proibidos.

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A batalha de Culloden por David Morier

A proibição durou 36 anos, fazendo com que o kilt só voltasse a tornar-se numa peça popular no meio do século XIX, entre a nobreza e nacionalistas, orgulhosos das suas tradições e história. O uso do kilt entre os celtas e gaélicos representa um símbolo dos guerreiros rebeldes que lutaram ferozmente pelas suas terras e direitos e durante os últimos 500 anos, converteu-se no maior símbolo de orgulho escocês.

Hoje em dia, os escoceses usam kilts como parte de um traje formal para cerimónias e continua a ser preservada como parte da farda oficial do regimento escocês do exército britânico.

O Kilt tem raízes culturais e históricas profundas na Escócia e é um símbolo sagrado do patriotismo e da honra para um verdadeiro Scotsman.

O kilt é uma peça que intrigante a maioria dos homens não-escoceses no mundo, um pouco por falta de entendimento do verdadeiro sentido e significado cultural do kilt. Mas a realidade é que, hoje em dia se reconhecem, uma grande variedade de tipos de kilt no mundo inteiro, não apenas na Escócia. Existem os kilts da Albânia, os gregos que se conhecem por fustanella, o hakama japonês, o kikoi da África Oriental, o djellabah marroquino, o sapeta dos nativos americanos e mexicanos, etc.

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Kilts pelo Mundo

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References:

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LEODHAS, Sorche N. Claymore and Kilt: Tales of Scottish Kings and Castles. Open Road Media, 2014

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