Joana D´Arc

Joana D´Arc, nascida em França no ano de 1412, em Domrémy, vilarejo separado de Borgonha por um rio, foi uma importante personagem durante a Guerra dos Cem anos (1337-1453), contra a Inglaterra. Também conhecida como Joana D´Arc, la rousse (A ruiva), e La Pucelle d´Orléans, (A Donzela de Orléans), é uma heroína e uma santa da Igreja Católica. É também a Santa Padroeira de frança.

Joana D´Arc

Os borgonheses, eram aliados de Inglaterra que com frequência atacavam o território francês. Em 1428, quando Joana era apenas uma adolescente, a sua família fugiu de um raide inimigo, e ao retornar encontrou a sua aldeia, campos e igreja incendiados. Joana, que ouvia vozes desde os seus 12 ou 13 anos, que lhe pediam que se mantivesse devota, agora davam-lhe uma missão específica. São Miguel Arcanjo, Santa Catarina, e Santa Margarida, as vozes da sua cabeça diziam-lhe para ir até a capital de França, e falar com o seu rei, o delfim Carlos.

A 13 de Maio de 1428, a jovem de 16 anos chegou a Vaucouleurs e implorou ao capitão da guarnição, Robert de Baudricourt, uma escolta militar até a corte de Carlos, em Chinon. O capitão não foi dissuadido, e Joana, voltou em Janeiro. Nesta ocasião, ela alega que o motivo da sua visita era uma profecia de 1398 que falva que uma donzela libertaria frança do inimigo. Mas novamente Baudricourt, negou o seu pedido. Contudo, desta vez ela angariou o apoio da nobreza local, sobretudo do duque de Lorena, que lhe deu uma pequena escolta, e em Fevereiro ela viajou, vestida de homem até Chinon, e aí foi apresentada à corte.

Carlos, foi cauteloso, mas teve curiosidade. Aceitar conselhos de uma louca e herege tinha condições para causar um desastre na sua campanha. Contudo, a história dela apelou ao seu gosto por astrologia e pela vidência. Além disso, estava desesperado e aguardava por toda a ajuda possível.

Ao identificar Carlos facilmente, em 6 de Março de 1429, no meio da multidão, ela disse: “Muito ilustre Senhor Delfim, estou aqui enviada por Deus para prestar assistência a Vós e ao reino.” Isso impressionou Carlos, mas ele exigiu que Joana D´Arc fosse testada antes de dar qualquer reconhecimento oficial às suas pretensões. Iolanda de Aragão, brilhante estratega e verdadeiro poder por detrás de Carlos submeteu Joana a testes de clérigos e teólogos além de provar a sua virgindade. Visto que passou com distinção os testes ela em abril de 1429 partiu para a batalha empunhando o seu estandarte branco e a usar uma armadura fornecida pelo delfim. Anunciou que a sua espada estaria escondida atrás do altar da igreja de Santa Catarina de Fierbois e por milagre lá estava. Foi uma velha oferta dos cruzados à igreja e não um milagre. Durante o período em que lutou ela obrigava os soldados a não pronunciar o nome do Senhor em vão e expulsava as prostitutas dos acampamentos.Além disso ditava cartas dirigidas aos ingleses mandando-os deixar a França sob pena de enfrentar a Ira divina.

Joana D´Arc como guerreira

Visto que não tinha provas dadas como guerreira, ela ansiava por combater, o que ia contra a estratégia de outros comandantes. Quando um ataque aconteceu em 4 de Maio de 1428, Joana não foi sequer avisada e acordou já no decurso do combate. Ainda assim conseguiu reunir a sua tropa e fazê-la capturar o alvo, a pequena Fortaleza de Saint Loup. Esta primeira vitória resultou num crescimento da confiança de Joana. Ela ditou então uma furiosa carta aos ingleses ordenando que partissem e a 6 de Maio levou a cabo outro ataque. Desta feita foi a própria Joana a comandar as tropas, e conseguiu que os inimigos retirassem de forma desordenada. No dia seguinte, avançou contra as muralhas de Les Tourelles e diz que foi a primeira a ultrapassa-la. Apesar de ter sido atingida no ombro por uma flecha continuou a lutar, e os comandantes franceses deram-lhe o mérito de inspirar os soldados rumo à vitória.

Com a libertação de Orleães ela queria que Carlos prosseguisse para Reims de imediato, mas o delfim preferiu limpar o Vale do Loire e recolher fundos para a campanha. Ela só volta ao combate um mês depois. Foi o duque de Alençon que liderou o exército, mas nesta altura ele era um seguidor da jovem guerreira, portanto, juntos eles ultrapassaram a resistência inglesa e cercaram Beaugency. O inimigo rende-se sem saber que a ajuda vem a caminho. Os franceses, partem na peugada desta força e defronta-los em 18 de Junho. Os pouco preparados ingleses são dizimados, e Joana apesar de ter um papel muito pequeno na vitória, foi aclamada, sendo já nessa época alguém com muitos seguidores.

Carlos partia para Reims para a coroação que se dá a 17 de Julho. Joana, pensava já em reconquistar Paris, mas o rei preferiu deixar Reims, e foi impedido de atravessar o Sena pelas tropas inglesas. Joana pensou que a única saída era a tomada da cidade. Em 8 de Setembro ela comandou o tão desejado ataque a Paris. Colocou-se num fosso e exigiu a rendição. Como resposta teve uma flechada na perna. Depois de horas de combate os seus homens alcançaram-na, e ela estava determinada a avançar contra a cidade. Mas devido ao elevado número de baixas, Carlos exigiu a retirada.

Para recuperar a sua reputação ela lançou uma incursão ao castelo de La Charité, mas, também falhou. Ao retornar à corte Carlos concede-lhe um título hereditário, e certifica-se do apoio de Joana. Mas ela está devastada e sente que o seu dever é estar no campo de batalha e não na corte.

Em 1430, quando Inglaterra prepara uma invasão a França em larga escala, e Compiègne recusa-se a render, Joana D´Arc parte em seu auxílio, sem autorização do rei. Em 23 de Maio comanda um ataque a partir da cidade, mas o exército inglês impede a retirada. Assim Joana D´Arc é obrigada a desmontar e a render-se aos borgonheceses. Testemunhou que usava roupas masculinas para evitar o constante assédio sexual. As vozes da sua cabeça, diziam para não fugir, mas ela desafiou-as e saltou da torre. Acabou ferida e capturada novamente.

Execução de Joana D´Arc

Joana foi sujeita a seis rondas de interrogatório entre 21 de Fevereiro a 3 de março de 1431 e a outras nove de 10 a 17 de Março, mantido sempre a sua história. Em 24 de Março porém, é levada ao cadafalso e dizem que se não abjurar será condenada à morte (para fazer dela um exemplo, e eram ajudados pelos teólogos de Paris que a queriam julgar por heresia, idolatria e feitiçaria). Joana vacila. A sua sentença é e perante a multidão retrata-se e é condenada a prisão pertétua e uso de roupa feminina. Dois dias passados, muda de ideias. Pede para assistir à missa e fá-lo envergando trajes de homem, e alegou que as vozes disseram que ao abjurar tinha cometido traição. A 30 de Maio pôde confessar-se e comungar, antes de ser levada ao Velho Mercado de Ruão e atada à estaca. Foi-lhe oferecido um crucifixo e um padre dominicano empunhou alto uma cruz que ela podia ver antes das chamas a consumirem. O rei que ela ajudou, nada fez em seu auxílio.

Em 1920 foi canonizada pelo papa Bento XV.

2792 Visualizações 1 Total
2792 Visualizações

A Knoow é uma enciclopédia colaborativa e em permamente adaptação e melhoria. Se detetou alguma falha em algum dos nossos verbetes, pedimos que nos informe para o mail geral@knoow.net para que possamos verificar. Ajude-nos a melhorar.