A Guerra de Tróia, famosa pelo epopeia de Homero Ilíada, terá sido um confronto de gregos e troianos, possivelmente entre 1300 e 1200 A.C.
Versão Mitológica
A versão da mitologia grega, supostamente baseada num real confronto, no entanto sem a mesma dimensão épica, era relatada nos poemas do Ciclo Épico, formado por oito poemas, sendo eles: Cantos Cípricos de Estasino; Ilíada de Homero; A Etiópida de Arctino de Mileto; A Pequena Ilíada de Lesques de Mitilene; O Saque de Tróia de Arctino de Mileto; Os Retornos de Hágias de Trezena, a Odisseia de Homero e Telegonia de Êugamon de Cirene. Porém, atualmente só restam versões completas das duas epopeias de Homero e pequenos fragmentos dos restantes que contribuem como fontes históricas secundárias.
Guerra de Tróia
Antes da Guerra de Tróia
Numa constatação da qualidade das epopeias da época, a Guerra de Tróia não começa, na Ilíada e na Odisseia, sem antes apresentar as personagens, à semelhança daquilo que deve ocorrer, atualmente, num argumento.
Aquiles
Segundo a lenda, os deuses Zeus, do Trovão, e Poseidon, dos Mares, apaixonaram-se ambos pela ninfa Tétis. Porém, o titã/gigante Prometeu prognosticou em forma de profecia que o filho da ninfa ultrapassaria o próprio pai. Receosos, os dois deuses optaram por casar Tétis com o já idoso Peleu, procurando enfraquecer aquele que viria a ser um dos maiores heróis, sendo unicamente ultrapassado por Herácles, da mitologia helénica.
Assim, nasceu Aquiles, cuja mãe rapidamente apressou-se a banha-lo no rio Estige, fortalecendo-o, tornando-o quase imortal, com exceção dos calcanhares por onde ela o segurava.
Paris
Durane o casamento de Peleu e Tétis todos os deuses foram convidados, à exceção de Éris, deusa da discórdia, que revoltada optou por imiscuir-se invisível no casamento, colocando um pomo de ouro, dedicada “À Mais Bela”. Isto levou a uma disputa entre Afrodite, Atenas e Hera que Zeus optou por resolver através do parecer do príncipe troiano Paris, que escolheu a primeira. Como retribuição, Afrodite concedeu-lhe o amor da mais bela mulher do mundo.
Helena e Menelau
Filha de Zeus e de Leda, esposa de Menelau, rei de Esparta, que a conquistara com o auxílio do astuto Aquiles, obrigando todos os outros pretendentes a jurarem-lhe lealdade, Helena era considerada a mais bela mulher do mundo.
Paixão de Paris e Helena e causa da Guerra de Tróia
Durante uma missão diplomática, Paris foi enviado a Esparta. Nessa mesma viagem, apaixonou-se por Helena e ela por ele. Ambos fugiram para Tróia, originando a revolta de Menelau, que procurou o apoio do seu irmão, principal rei de Micenas (antiga Grécia), Agamenon, que juntou todos os que lhe haviam jurado fidelidade para invadir e conquistar Tróia, levando consigo mais de 1.000 navios.
Ulisses
Rei de Ítaca e conhecido graças à sua astúcia e inteligência, Ulisses tinha sido informado que, caso fosse para a Guerra, demoraria cerca de 20 anos a regressar, pelo que, embora tivesse fracassado nas suas tentativas, procurou evadir-se do épico confronto.
A escolha mortal de Aquiles
Regressando a Aquiles, a sua mãe, a ninfa Tétis, quando soube da guerra que se avizinhava, informou-o que, caso optasse por ir, tornar-se-ia no maior herói de sempre, mas morreria ainda jovem. Se, por outro lado, não participasse na contenda, faleceria velho, mas esquecido.
Guerra de Tróia
Assim, Agamenon juntou todos os reis e príncipes que lhe juraram fidelidade e, entre outros, levou consigo heróis como Aquiles, Ajax, Diomedes e Ulisses.
A Guerra durou cerca de 10 anos, durante os quais ocorreram várias fatalidades de ambos os lados. Num desses momentos, quiçá o mais icónico, Aquiles guerreou, possivelmente durante três dias, o príncipe Hector (troiano), numa luta entre as duas principais figuras de ambos os lados. Hector (ou Heitor, como também é conhecido) acabaria por morrer durante a batalha, mas Aquiles sofreria a mesma sorte pouco tempo depois, quando foi alvejado por uma flecha, precisamente no calcanhar, que a partir de então ficaria conhecido como Calcanhar de Aquiles.
O Cavalo de Tróia
Impacientes, o exército grego começava a revoltar-se a a Guerra e invasão pareciam não ter fim. Eis que então, Aquiles lembrou-se de criar um cavalo gigante, onde os micénicos pudessem esconder-se , com o objetivo de levar os troianos a acreditarem tratar-se de uma prenda, simbolizando a derrota dos gregos e a vitória de Tróia. Porém, durante a noite, já dentro das muralhas, mais precisamente no interior do cavalo oferecido, os micénicos saíram e mataram quase todos os troianos, sendo que o mais famoso dos sobrevivente foi Eneias, que posteriormente daria origem à história de Roma.
Fim da Guerra
Enquanto Ulisses teve de esperar mais dez anos para regressar a Ítaca, tendo de destronar os novos pretendentes ao trono, Menelau regressou a Esparta com Helena, conhecida ainda hoje como Helena de Tróia, enquanto Paris morreu em batalha e Agamenon foi assassinado pela própria mulher, que se havia apoderado do trono.
Versão histórica
Na antiguidade grega, a Guerra de Tróia era vista como um evento histórico, embora exagerado. Esta ideia era essencialmente defendida por Tucídides, um dos primeiros historiadores e conhecido por juntar o relato dos acontecimentos a uma análise críticas, que duvidava que os gregos fossem capazes de mobilizar tanto arsenal, principalmente ao nível do número dos navios.
Por volta de 1870, tornou-se quase consensual entre historiadores que a Guerra de Tróia seria, na realidade, um mito. Porém, o arqueólogo Heinrich Schliemann, descobriu as ruínas de Tróia e de Micenas.
Porém, hoje em dia uma das teorias que se acredita mais provável, está relacionada com a famosa batalha de Kadesh, sendo que posteriormente a esta, os Hititas foram obrigados a abandonar as suas terras no Mar Mediterrâneo, levando a uma disputa de vários povos, entre possivelmente eles os Acaias, o Ílios e os próprios micenas.
No entanto, a veracidade ou não da Guerra de Tróia nunca foi verdadeiramente esclarecida.
References:
Guerra de Tróia, Wikipedia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_Troia. Consultado a: 06/06/2018
Guerra de Tróia, InfoEscola. Disponível em: https://www.infoescola.com/historia/guerra-de-troia/ Consultado a: 06/06/2018