Batalha do Kosovo

A Batalha do Kosovo deu-se no final do século XIV, e marcou historicamente e politicamente os Balcãs, cujas consequências ainda foram visíveis no conflito sérvio na década de 90 do século XX e fraturante na politica regional ainda nos nossos dias.

A Batalha do Kosovo ocorreu no dia 15 de Junho de 1389, entre as forças do Império Otomano comandadas pelo Sultão Murad I e as forças cristãos eslavas da Sérvia e Bósnia.

A Batalha do Kosovo surge no contexto de expansão do Império Otomano na região dos Balcãs, e na tentativa dos governantes eslavos da região travarem o avanço otomano muçulmano na região.

Após várias conquistas no decorrer do século XIV, levadas a cabo por Estêvão o Grande, o Reino da Sérvia tornou-se um Império e controlava a região dos Balcãs, com a sua morte e subida ao trono do seu filho Estêvão, que ficou conhecido para a história como o Fraco, o império ruiu e aquando da sua morte em 1371 o antigo império estava fragmentado em pequenos principados que colidiam entre si com a alegação de serem os novos imperadores.

Aproveitando este momento de fraqueza dos sérvios, o Sultão Murad lançou um conjunto de investidas para subjugar os sérvios á autoridade imperial otomana. Após as derrotas otomanas na Batalha de Pločnik e Bileća dá-se a 15 de Junho de 1389 a Batalha do Kosovo, As forças sérvias e bósnias aliaram-se para enfrentar a ameaça otomana. Desta batalha resultou a morte do Sultão Murad e do comandante das forças cristãs eslavas Lazar e mais poderoso governante dos principados eslavos.

O resultado da batalha em si pode ser considerado um empate ou inclusivo, nenhum exército conseguiu sobrepor-se ao outro. Embora a batalha não tenha permitido aos otomanos assumir o controlo da região naquele momento, possibilitou um enfraquecimento das forças eslavas, que após esta batalha deixaram de ter capacidade humana de enfrentar o poderio turco, que até ao momento não tinha empregado uma grande quantidade de efectivos militares nesta campanha, e comparativamente aos eslavos tinha uma fonte quase infinita de recrutamento militar. Neste contexto gradualmente os otomanos foram adicionando os diversos principados que resistiam ao seu domínio, e os que não resistiam prestavam vassalagem.

Esta Batalha e avanços otomanos nesta região significaram um domínio de cinco séculos dos turcos e a conversão de partes da população ao Islão e fixação de muçulmanos nos Balcãs, o que esteve na origem da instabilidade desta região no decurso do século XX e XXI.

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References:

ÁLVAREZ PALENZUELA, Vicente (Coord.); Historia Universal de la Edad Media, Ariel, 2002

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