Os Alamanos foram uma confederação de tribos germânicas que aproveitaram o enfraquecimento do Império Romano para fixarem-se nos territórios imperiais.
A designação Alamanos foi atribuída pelos romanos, em latim significa “todos os homens”, em alusão à aglomeração de tribos que compunham este povo. Assim como as restantes tribos bárbaras que tentaram ou migraram para o interior ou fronteira do Império, não possuíam registos escritos, o que torna o seu estudo pela historiografia incompleto, a maioria dos registos sobre os Alamanos tem origem em textos romanos.
Maioritariamente esta tribo ou aglomeração de povos era composta por Hermúnduros, em menor número por Bucinobantes, Brísgavos e Jutungos. Especula-se que os Hermúnduros tenham sido uma facção dos Suevos que migrou para o ocidente. Até a deslocação Sueva para a Península Ibérica, foram um dos principais aliados dos Alamanos. Na sua génese esteve a necessidade de criar uma força militar capaz de rivalizar com os Romanos, daí a natureza agressiva e bélica reconhecida aos Alamanos.
A zona de influência deste povo situava-se naquilo que actualmente é considerado como Suíça, Alsácia, Lorena e sudeste da Alemanha. A partir do século III d. C. começaram a tentar fixar-se em terras controladas pelos romanos.
Em 253 invadem juntamente com os Francos espaço Romano, aproveitando a anterior invasão Godo do Império que maninhava as forças imperiais ocupadas, saqueiam a Gália, deslocando-se posteriormente para a Península Itálica, centro do poder romano.
Em 268 após vários saques no norte de Itália são derrotados pelo Imperador Cláudio II na Batalha do Lago Benaco e expulsos do território romano, fixando-se na germânica para lá do Rio Reno. Em 271 os Alamanos invadiram novamente o norte de Itália, tiveram um sucesso inicial na Batalha de Placência, mas no mesmo ano sofreram derrotas nas Batalhas de Fano e Ticino ante o Imperador Aureliano, o que provocou nova retirada alamana para a Germânia.
Após outras derrotas frente aos romanos ainda no decurso do século III e também no IV, no início do século V conseguem fixar-se na região da actual Suíça e Alsácia, tirando partido da crescente fragilidade do Império face às constantes invasões de povos bárbaros que provocaram um enfraquecimento militar romano.
Após a queda do Império Romano do Ocidente em 476 os Alamanos são conquistados pelos Francos liderados por Clóvis I em 496, passando a fazer parte dos territórios Francos.
Com o passar dos séculos foram diluindo-se nas sociedades francas e germânicas, pontuais tentativas de fixação de soberania alamana provocaram a extinção da nobreza associada a este povo e consequentemente a sua força enquanto entidade politica.
Os territórios que ocuparam aquando da invasão do espaço romano tornaram-se um ducado do Reino Franco e posteriormente do Sacro-império Romano, até 1268, ano em que o resquício dos Alamanos foi dissolvido – o ducado.
References:
BALARD, Michel (et alii); A Idade Média no Ocidente: dos Bárbaros ao Renascimento, D.Quixote, 1994