Apresentação do Forte de Sofala
O Forte de Sofala (ou mais corretamente, Forte de São Caetano de Sofala) era uma fortaleza localizada em Sofala, uma povoação costeira da atual Província de Sofala em Moçambique. A fortaleza foi mandada construir em 1505 pela coroa portuguesa, sendo a primeira fortificação de Portugal na costa oriental africana.
O forte apresentava planta quadrada, com muralhas de 22 metros de extensão, e baluartes de planta circular nos vértices. Do lado voltado para o mar, erguia-se a torre de menagem que se comunicava com a residência do capitão do forte. No vão da dita torre havia uma cisterna de grandes dimensões que fornecia água para toda a guarnição aí instalada. Pelo lado de terra, erguia-se os edifícios destinadas à feitoria. A povoação dispersava-se fora dos muros do forte.
A principal razão para a criação do forte naquele local foi o facto de ter sido identificado pelos portuguesas como o porto de saída do ouro minerado na região. Ali aportavam numerosos mercadores muçulmanos para recolher o ouro que trocavam por tecidos provenientes da Índia. Ao construir aí um forte, os portugueses passavam a controlar este comércio extremamente lucrativo.
A responsabilidade pela construção do forte foi atribuída a Pêro de Anaia, que em 18 de maio de 1505 parte de Lisboa com seis naus especificamente com esse objetivo. Chegado a Sofala, Anaia faz alguns acordos com um chefe local e dá início à construção do forte em 25 de setembro de 1505. O local escolhido para a sua edificação foi um pequeno promontório, baixo e arenoso, junto à barra e acessível ao fundeadouro. Construída inicialmente em madeira, foi sendo substituída a partir de 1507 por estruturas em pedra (incluindo as muralhas e a torre principal), mais seguras e resistentes. Dada a escassez de materiais na região, foi necessário trazê-los de locais mais distantes e até mesmo da metrópole.
Apesar da importância que lhe foi atribuída inicialmente, esta estrutura veio a revelar-se muito cara para os benefícios que proporcionava, tendo mesmo chegado a ser arrendada a particulares. No século XVII, Sofala perdera já muita da sua importância em favor da ilha de Moçambique, que dispunha de melhor porto e se encontrava melhor posicionada para atender ao comércio do vale do rio Zambeze, principal eixo de penetração para o interior do continente desde o século XV. Esta perda de importância levou ao seu gradual abandono e à grande falta de manutenção. No século XIX já muitas das suas estruturas tinham desaparecido ou encontravam-se em estado de ruína.
Em 1900 parte da muralha entra em derrocada e em 1903 é a vez da torre de menagem ruir parcialmente, vindo a ruir totalmente pouco depois. Em 1905, após a derrocada da torre, o Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar autorizou a entrega da fortaleza à Companhia de Moçambique, com a condição de que fosse conservada como monumento histórico. Contudo, e face aos elevados custos, o forte nunca chegaria a ser recuperado, tendo grande parte das pedras usadas na sua construção levadas para a cidade da Beira e para outras cidades para a construção de edifícios. Atualmente, o pouco que resta do forte está submerso, podendo ser visto em parte durante a maré baixa.