Marta Vieira da Silva
Data de nascimento: 19 de fevereiro de 1986 |
Biografia de Marta Vieira da Silva
A brasileira Marta Vieira da Silva é um dos nomes mais bem sucedidos do futebol feminino mundial de sempre. Nascida em um município pobre do Nordeste do país, Dois Riachos, no estado de Alagoas, Marta deixou sua cidade aos 14 anos para tentar a sorte no Rio de Janeiro, quando o futebol feminino tinha ainda menos investimentos e visibilidade do que atualmente. Em 2018, quando foi consagrada na festa da Fifa pela sexta vez como a melhor jogadora do mundo na temporada, Marta já havia alcançado o status de maior nome do futebol feminino do Brasil de sempre e sinônimo mundial de talento e sucesso nos gramados.
Na infância, Marta desenvolveu sua habilidade jogando com meninos nas ruas de Dois Riachos. Sofria duplamente: pela falta de times femininos na região (realidade não muito diferente do restante do país, porém ainda mais aguda nos estados mais pobres) e com o preconceito dos que não aceitavam uma menina praticando futebol.
Depois de passar pelas categorias de base do CSA, um time de Maceió, capital de Alagoas, Marta mudou-se para o Rio de Janeiro para jogar no Vasco da Gama, um dos maiores clubes do país, sob o comando da treinadora Helena Pacheco. Dois anos depois, voltou ao Nordeste para jogar pelo Santa Cruz.
Em 2003, aos 17 anos, ganhou com a seleção brasileira a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo. Com 18, trocou a falta de estrutura do futebol feminino brasileiro pelos gramados europeus, contratada pelo Umea IK, da Suécia. Logo em seu primeiro ano, ajudou o clube a conquistar a Liga dos Campeões da Uefa.
Também em 2004, liderou a seleção brasileira na conquista da primeira medalha olímpica do futebol feminino do país, a prata nos Jogos de Atenas. Na decisão, após empate em 1 a 1 com os Estados Unidos, a atacante Abby Wambach marcou, já no tempo extra, o gol da vitória por 2 a 1 que valeu a medalha de ouro às americana.
Quatro anos depois, o Brasil parou novamente nos Estados Unidos na busca pelo ouro olímpico. Outra vez, um gol no tempo extra, marcado por Carli Lloyd, deixou Marta e suas colegas com outra medalha de prata.
Nos Mundiais Femininos, Marta também esteve a um passo da glória em 2007. Na decisão, a camisa 10 do Brasil perdeu um pênalti, defendido pela goleira Nadine Angerer, e no fim a Alemanha venceu por 2 a 0, conquistando o troféu.
Um título de expressão com a seleção brasileira é a grande lacuna da carreira vitoriosa de Marta, que se prepara para disputar, em junho de 2019, na França, seu quinto Mundial. A jogadora também participou de quatro Olimpíadas, a última delas no Rio, em 2016. O sonho do ouro diante da torcida, porém, foi interrompido na semifinal, quando o Brasil perdeu para a Suécia nas grandes penalidades, após igualdade em 0 a 0, no Maracanã.
O mítico estádio carioca, porém, foi palco de um dos momentos mais emocionantes da carreira de Marta. Nos Jogos Pan-Americanos Rio-2007, a camisa 10 liderou a seleção na conquista da medalha de ouro, com uma goleada de 5 a 0 sobre os Estados Unidos na final, em um Maracanã lotado. Após a partida, Marta, eleita no ano anterior a melhor jogadora do mundo, deixou a marca dos seus pés na Calçada da Fama do Maracanã, até hoje a única mulher a receber a honraria.
Já campeã europeia e quatro vezes campeã sueca com o Umea, Marta voltou ao Brasil para jogar no Santos – um dos times do país que mais investem em futebol feminino. No clube onde Pelé jogou, Marta conquistou a Copa Libertadores de 2009, além de uma Copa do Brasil no mesmo ano.
Marta voltou ao exterior, intercalando temporadas nos Estados Unidos (FC Gold Pride e Western New York Flash) e Suécia (Tyresö FF e FC Rosengärd), conquistando títulos nacionais em todas as equipes. Em 2019, retornou ao Maracanã para ser homenageada novamente na Calçada da Fama, com a produção de novas marcas dos seus pés, com material mais moderno, e um espaço especial dedicado à sua carreira.