Kung fu é o termo que se refere a uma das mais antigas artes marciais da China. Em tradução literal e coloquial, essa expressão tem vários significados que não remetem à arte marcial. Kung fu tanto pode significar “trabalho duro” como “grau de perfeição alcançado em qualquer atividade” ou “conhecimento profundo de assunto”.
A expressão Kung fu se popularizou a partir da década de 1970, com a produção de diversos filmes sobre luta. Bruce Lee, Jackie Chan, Jet Li e Donnie Yen foram grandes divulgadores do termo no Ocidente. Quando se fala em arte marcial, contudo, o termo chinês gramaticalmente correto é Wushu, que significa “arte da guerra” ou simplesmente “arte marcial”.
De acordo com historiadores, o Kung fu teria surgido mais de dois milênios antes de Cristo. A origem precisa dessa arte marcial não é fácil de ser obtida, pois ela está envolta em lendas e mitos. Acredita-se, contudo, que inicialmente o Kung fu era chamado de “Ch’uan fa”, ou estilo de punho. Foi popular na China Ocidental, por volta de 1122 a.C., utilizado pelos guerreiros de Chou.
A partir dos guerreiros de Chou, o Kung fu continuou a se desenvolver e a se aperfeiçoar conforme várias dinastias o adotaram. Essa arte marcial sobreviveu às dinastias Ch’in (221-206 A.C.), Rã (206 a.C. – 220 D.C.) e (265-439 D.C.), bem como às dinastias do Norte e do Sul (420-581 D.C.).
A arte marcial dos monges budistas
Conforme os praticantes do Kung fu aperfeiçoaram suas técnicas, eles começaram a observar os comportamentos e os movimentos dos animais. Especificamente, o objeto de observação dos lutadores era a forma como esses animais se defendiam de seus predadores e atacavam suas presas.
Entre os animais observados estavam o macaco, a garça, o tigre, o louva-a-deus, leopardo, serpente, águia, entre outros. A incorporação dos movimentos ofensivos e defensivos desses animais ao Kung fu nomeou diversos estilos de luta famosos dessa arte marcial.
Em torno dos anos 450 d.C, foi construído o primeiro Templo Shaolin da China, na província de Honan. Por volta de 520, chegou ao templo o 28º patriarca do Budismo, Bodhidarma. Diz a lenda que Bodhidarma encontrou os monges do Templo em grave estado de saúde. Após ensiná-los fundamentos da filosofia zen e exercícios físicos do antigo Kung fu, eles se reabilitaram.
Os ensinamentos de Bodhidarma e a contínua prática do Kung fu shaolin desenvolvido pelos monges tornaram o patriarca budista uma referência e inspiração para várias artes marciais chinesas. Durante a Dinastia Ming (1368-1644), esse estilo de Kung fu se espalhou pelo país. Mais tarde chegou a outros países da Ásia e originou outros estilos de arte marcial.
A saudação Kin Lai
O Kung fu possui uma saudação tradicional chamada “Kin Lai”. Ela deve ser executada entre os participantes acima de tudo como sinal de respeito. Ambos devem fechar o punho direito, que representa o Sol, e abrir a mão esquerda, que representa a Lua. Ao tocarem as duas mãos, demonstra-se o equilíbrio que o praticante de Kung fu precisa possuir.
Kung fu e seus benefícios
O Kung fu possibilita não apenas ganho de habilidade em combate e saúde física. Há um grande ganho no desenvolvimento anímico e pessoal do praticante, visto que são trabalhadas a disciplina, a persistência, a resiliência e o respeito a si mesmo e ao outro. O indivíduo adquire equilíbrio físico e mental ao lidar com o treinamento duro, as eventuais derrotas e obstáculos que os desafios impõem.
A prática é estimulada a idosos, adultos e crianças de ambos os sexos. Essa arte marcial é uma combinação de acrobacias e sequências de movimentos chamadas de formas. Alguns estilos de Kung fu utilizam ainda a prática e o treinamento com armas chinesas, tais como gun (bastão), dao (facão), jian (espadas), qiang (lança) entre outras.
References:
http://www.iwuf.org