O que são Rochas Sedimentares
Uma Rocha Sedimentar é um tipo de rocha constituída por sedimentos depositados em camadas e compactados ou cimentados. Podem ter origem mecânica (como alguns arenitos e argilas), orgânica (como é o caso de alguns calcários, turfas e carvões), química (caso dos carbonatos, sulfatos, cloretos e silicatos) ou por combinação de quaisquer destes processos. Destes processos de formação resultam os três principais tipos de rochas sedimentares:
- Rochas detríticas ou clástricas, formadas a partir de sedimentos obtidos pela meteorização e erosão das rochas preexistentes (que são as mais abundantes no planeta representado cerca de 85%);
- Rochas quimiogénicas, formadas a partir de sedimentos quimiogénicos;
- Rochas biogénicas, com origem em sedimentos biogénicos.
Além desta, existem diversas outras classificações para as rochas sedimentares baseadas em variáveis como a composição química (rochas silicosas, argilosas, calcárias, ferruginosas, etc.), origem (rochas pluviais, eólicas, etc.), textura, forma de estratificação, etc.
Processo de formação das rochas sedimentares
A superfície da Terra é um lugar de encontro entre a actividade geológica resultante da energia interna da Terra e a actividade da biosfera, da atmosfera e da hidrosfera, dinamizadas pela energia solar. Muitos dos cenários mais espectaculares e únicos que existem na Terra foram criados por factores ambientais que actuaram sobre as rochas da superfície. Na génese das rochas sedimentares ocorrem, fundamentalmente, duas fases, a sedimentogénese e a diagénese.
A sedimentogénese compreende os processos que intervêm desde a elaboração dos materiais que vão constituir as rochas sedimentares até à deposição desses materiais.
As rochas que afloram no globo terrestre, principalmente as rochas magmáticas e metamórficas, ficam expostas a condicionalismos muito diferentes daqueles em que foram geradas, e consequentemente, essas rochas alteram-se quimicamente e fisicamente.
Os materiais resultantes dessa alteração são removidos por acção da gravidade, pela água no estado líquido ou sólido e pelo vento, designando-se este processo por erosão. Frequentemente os materiais são transportados para locais por vezes bem longínquos. Podem ser partículas ou fragmentos de dimensões variada, designados em ambos os casos por detritos ou clastos, ou podem ser substâncias dissolvidas na água.
Os seres vivos podem também contribuir com diferentes materiais, nomeadamente conchas outras peças esqueléticas, fragmentos de plantas, pólen, etc., para a formação de rochas sedimentares.
Em condições propícias os materiais transportados depositam-se, constituindo sedimentos, sendo que o processo de deposição designa-se por sedimentação e é determinado pela força gravítica sobre os detritos, quando a velocidade do agente transportador o permite. A ordem de sedimentação dos detritos é condicionada pelas dimensões e densidade desses materiais. Primeiro depositam-se os detritos de maiores dimensões e mais densos e, posteriormente, os mais pequenos e leves. Se não houver nenhuma perturbação, a sedimentação realiza-se regulamente, formando-se camadas geralmente paralelas e horizontais que se distinguem pela diferente espessura, pelas dimensões e pela coloração dos materiais. Cada uma dessas camadas, individualmente, é delimitada por duas superfícies e designa-se por estrato. A formação de cada estrato corresponde à sedimentação que ocorre num período de tempo em que as condições de material disponível e de deposição de mantêm globalmente constantes. Por sua vez, a diagénese é um sedimento que não é ainda uma rocha sedimentar. Após a deposição os sedimentos experimentam uma evolução mais ou menos complexa, em que intervêm processos físico-químicos diversos que os transformam em rochas sedimentares. O conjunto desses processos constitui a diagénese. No decurso da diagénese os sedimentos perdem água, são compactos e cimentados, isto é, ficam ligados entre si, formando uma rocha coerente.
Apesar de representarem apenas cerca de 5% da crusta terrestre, as rochas sedimentares cobrem uma vasta área, ocupando cerca de 75% da superfície continental. Tipicamente apresentam estratificação e são frequentemente fossilíferas, conservando vestígios de seres vivos contemporâneos da sua génese, que ficaram incluídos no seio dos sedimentos. Foi Nicolaus Steno que, num trabalho que publicou em 1669, referiu pela primeira vez que os fósseis são restos de vida antiga. As suas conclusões foram ridicularizadas nessa altura, mas um século mais tarde passou a ser universalmente aceite que os fósseis são vestígios de seres vivos que viveram no passado. Através do registo fóssil é possível conhecer, pelo menos em parte, a vida passada da Terra, as suas características e evolução. Sabe-se que existiram dinossauros, tem-se uma ideia da sua diversidade, das suas dimensões e anatomia e infere-se dos respectivos hábitos, porque têm sido encontrados inúmeros fósseis destes animais.