Conceito de Sucessão secundária:
Sucessão secundária é um tipo de sucessão ecológica, em que ocorre uma nova colonização do espaço, após a ocorrência de uma grande perturbação. Este tipo de sucessão é muito mais comum do que a sucessão primária, uma vez que ocorre devido a perturbações. As perturbações que ocorrem não destroem completamente a comunidade, o que vai favorecer o desenvolvimento de uma comunidade clímax muito semelhante à existente antes da perturbação.
Alguns tipos de perturbação que podem causar uma sucessão secundária são: os incêndios, a desflorestação, os tornados assim como outras tempestades. Quanto mais intensa for a perturbação mais grave será as consequências. Se a perturbação não afectar completamente o espaço, destruindo as reservas genéticas conservadas no solo (sementes e raízes), ocorrerá uma sucessão secundária que irá restituir a flora e a fauna que existia previamente. Se a perturbação for realmente muito intensa, ocorrendo a destruição completa do espaço e das reservas genéticas, forçando a formação de um novo substrato (após uma erupção vulcânica), ocorre uma sucessão primária.
Ao fim de um período de tempo após a ocorrência da perturbação, começam a surgir no local as espécies pioneiras que colonizam e alteram a estrutura do meio onde se implantam. Esta alteração vai favorecer a colonização do espaço por outras espécies e assim sucessivamente, até surgir uma comunidade clímax, isto é, uma comunidade mais estável.
As espécies pioneiras que surgem são normalmente herbáceas com um ciclo de vida muito curto, permanecem vivas apenas durante alguns dias, ao contrário das espécies pioneiras na sucessão primária que são plantas anuais. As espécies pioneiras possuem muitas raízes, estas são pouco profundas o que favorece a fixação da planta ao substrato, ao mesmo tempo em que fixam o próprio substrato.
Com um substrato mais agregado e possivelmente menos resistente aos avanços das raízes, surgem novas espécies que iram colonizar o local. Estas novas espécies são perenes e já exigem algumas condições mais específicas, de forma a poderem estabelecer-se. Estas substituições vão continuando a ocorrer, até que as condições favoráveis à germinação das espécies que existiam anteriormente se estabeleçam, permitindo assim a formação de uma nova comunidade clímax.
Por vezes as comunidades clímax que se formam não são semelhantes aquelas que existiam no passado, isso pode dever-se a alterações climáticas ou de estrutura do ecossistema que favoreceu umas comunidades em detrimento de outras. Este tipo de sucessão normalmente é mais rápido do que a sucessão primária uma vez que a base para a criação de uma nova comunidade já se encontra no local, não sendo necessário esperar que as espécies cheguem através dos diferentes agentes de dispersão e polinização.
Fontes:
São Paulo (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Unidade de Coordenação do Projeto de Recuperação das Matas Ciliares. (2011) Restauração ecológica [recurso eletrônico] : sistemas de nucleação / Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Unidade de Coordenação do Projeto de Recuperação das Matas Ciliares ; editores Daniela Petenon Kuntschik, Marina Eduarte, Renato Soares Armelin ; redação Cristina Silva Sant’Anna, Deisy Regina Tres, Ademir Reis. – Reimpressão da 1.ed. – São Paulo : SMA,63 p. : il. Color. Consultado em: Junho 16, 2015, em http://appvps5.cloudapp.net/sigam3/Repositorio/222/Documentos/Nucleacao.pdf
Rosalino, Cristina; Rosalino, Luís Miguel. Sucessão Ecológica. Naturlink. Consultado em: Junho 16, 2015, em http://naturlink.sapo.pt/NaturSAPO/Biodiversidade/Artigos/content/Sucessao-Ecologica?bl=1&viewall=true
Thompson, John N. (2014). Ecological Succession. Encyclopeadia Britannica. Consultado em: Junho 16, 2015, em http://www.britannica.com/EBchecked/topic/178264/ecological-succession#ref1101405
Palavras-chave:
Colonização
Comunidades pioneiras
Comunidades clímax
Sucessão ecológica
Perturbação