Conceito de Sucessão primária:
Sucessão primária é um processo natural de sucessão ecológica que ocorre num local onde nunca ocorreu colonização. Este processo ocorre durante um longo período de tempo, no qual, uma comunidade vai sendo alterada de forma gradual até atingir um estado mais estável, normalmente denominado de comunidade clímax. Uma sucessão pode demorar centenas de anos até atingir um estado de equilíbrio estável.
Estas alterações devem-se à implantação, no local, de determinadas espécies características para cada uma das fases de evolução do ecossistema. Estas espécies são invasoras, pois invadem os locais e implantam-se, passando a adaptar o ambiente que as cerca, ao mesmo tempo que se adaptam também ao seu novo habitat.
No caso particular de uma sucessão primária, o local de implantação é um local inóspito, onde nunca antes existiu vida, por esse motivo apenas espécies com uma elevada tolerância podem-se implantar. Neste local, as condições ambientais são desfavoráveis, podendo ser difícil para uma espécie vegetal fixar as suas raízes, pois o solo pode ser muito duro, normalmente não possui muitos nutrientes e os agentes erosivos são muito comuns.
Exemplos de locais onde podem ocorrer sucessões primárias são: ilhas recentemente formadas após uma erupção vulcânica, uma duna acabada de se formar, uma rocha recentemente exposta, ou um qualquer local que tenha sofrido uma catástrofe tão grande, que todas as formas de vida que lá existiram tenham sido completamente erradicadas.
As primeiras espécies a implantarem-se são as espécies pioneiras, normalmente de pequenas dimensões e muito pouco exigentes em termos de condições necessárias à sua sobrevivência, por exemplo, musgos briófitas e fetos, que auxiliam na fixação do solo permitindo que outras espécies se implantem. Estas comunidades são muito instáveis passando rapidamente a uma comunidade intermédia, onde os elementos que a compõem são mais exigentes, o que torna estas comunidades mais complexas.
No caso de uma sucessão ecológica primaria, os primeiros indivíduos colonizadores invadem o novo ambiente após terem sido transportados pelo vento ou nas penas de uma ave que se encontrava em migração, por exemplo. Estes indivíduos são deixados no novo local e ai, por não existirem predadores que os controlem, proliferam até que novas espécies encontrem forma de colonizar o local, aproveitando as alterações causadas ao meio pelas espécies pioneiras.
Fontes:
São Paulo (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Unidade de Coordenação do Projeto de Recuperação das Matas Ciliares. (2011) Restauração ecológica [recurso eletrônico] : sistemas de nucleação / Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Unidade de Coordenação do Projeto de Recuperação das Matas Ciliares ; editores Daniela Petenon Kuntschik, Marina Eduarte, Renato Soares Armelin ; redação Cristina Silva Sant’Anna, Deisy Regina Tres, Ademir Reis. – Reimpressão da 1.ed. – São Paulo : SMA,63 p. : il. Color. Consultado em: Junho 16, 2015, em http://appvps5.cloudapp.net/sigam3/Repositorio/222/Documentos/Nucleacao.pdf
Hågvar, Sigmund. Primary Succession in Glacier Forelands: How Small Animals Conquer New Land Around Melting Glaciers. International Perspectives on Global Environmental Change. Consultado em : Junho 16, 2015 em http://www.finse.uio.no/research/projects/life-science/young-moraine/intech-primary_succession_in_glacier_forelands_how_small_animals_conquer_new_land_around_melting_glaciers.pdf
Rosalino, Cristina; Rosalino, Luís Miguel. Sucessão Ecológica. Naturlink. Consultado em: Junho 16, 2015, em http://naturlink.sapo.pt/NaturSAPO/Biodiversidade/Artigos/content/Sucessao-Ecologica?bl=1&viewall=true
Thompson, John N. (2014). Ecological Succession. Encyclopeadia Britannica. Consultado em: Junho 16, 2015, em http://www.britannica.com/EBchecked/topic/178264/ecological-succession#ref1101405
Palavras-chave:
Sucessão ecológica
Duna
Colonização
Comunidades pioneiras
Comunidades clímax
