As bactérias Pseudomonas aeruginosa detém uma importante relevância clínica devido a dois aspetos fundamentais:
– Esta bactéria coloniza e infeta pacientes hospitalizados e com sistemas imunitários deprimidos;
– Este microrganismo é resistente a quase todos os antibióticos conhecidos.
A bactéria Pseudomonas aeruginosa é um bastonete Gram-negativo, em termos de metabolismo respiratório é um organismo aeróbio obrigatório e produz um pigmento fluorescente esverdeado, denominado fluoresceína, e um pigmento de cor azulada, chamado piocianina. Estes pigmentos dão às colónias uma coloração verde azulada. Esta bactéria produz um odor semelhante a uvas doces, de modo que o cheiro das placas de crescimento pode ser importante na identificação de colónias de bactérias Pseudomonas aeruginosa.
A habilidade invasiva deste microrganismo, no ser humano, é bastante fraca, razão pela qual as pessoas com sistemas imunitários não deprimidos e sãs não são infetadas pela bactéria Pseudomonas aeruginosa. Contudo, uma vez instaladas em organismos de pessoas doentes tornam-se bastante perigosas. A bactéria começa a produzir numerosas exotoxinas, incluindo a exotoxina A, que apresenta o mesmo mecanismo de ação que a toxina da difteria, ou seja, vai interromper a síntese proteica. Algumas estirpes desta bactéria podem possuir cápsula na sua estrutura, este fator vai aumentar a sua resistência e ajuda na adesão às células alvo, por exemplo, nos pulmões.
A maioria dos doentes com fibrose cística tem os pulmões colonizados com esta bactéria. Estes pacientes desenvolvem uma pneumonia crónica, que progressivamente destroem estes órgãos. Pessoas doentes com imunidade comprometida, por exemplo com cancro, são também altamente suscetíveis à pneumonia causada por Pseudomonas aeruginosa.
Pessoas doentes, como os diabéticos, têm um risco elevado de desenvolvimento de úlceras nos pés, infetadas por estas pseudomonas. A infeção pode atingir os ossos, resultando numa osteomielite. Toxicodependentes de drogas intravenosas têm um risco elevado de desenvolver esta doença nas vértebras e na clavícula. As crianças desenvolvem esta doença como consequência de ferimentos nos pés.
As pseudomonas também provocam infeções decorrentes de ferimentos por queimaduras, este microrganismo provoca infeções significativas a partir desses tipos de lesões, as quais podem evoluir para uma septicemia letal. Esta bactéria também desenvolve infeções no trato urinário, em pacientes debilitados internados em casas de repouso e em hospitais, os quais geralmente usam cateteres na uretra, que servem como uma fonte de infeção.
As Pseudomonas aeruginosa, a par com Staphylococcus aureus, são causas frequentes de endocardite da válvula direita do coração em pessoas toxicodependentes. Para além disso, a otite maligna externa também é causada por este microrganismo. A otite maligna externa é uma infeção do canal externo do ouvido que se refugia no osso mastoide, a incidência é maior em doentes diabéticos idosos.
O tratamento de Pseudomonas aeruginosa é complicado, pois o microrganismo é resistente a muitos antibióticos. Uma penicilina antipseudomonas é geralmente combinada com um aminoglicosídio para efeito sinérgico.
A classificação científica deste microrganismo coloca-o no Filo Proteobacteria do Reino Monera, na Classe Gammaproteobacteria, na Ordem Pseudomonadales, na Família Pseudomonadaceae, no Género Pseudomonas.