Conceito de Glândula Pineal
A glândula pineal corresponde a uma pequena protuberância a partir da parte posterior do teto do terceiro ventrículo do cérebro. Encontra-se ligada ao este por um pedúnculo, que contém fibras nervosas. É constituída por uma camada de tecido conjuntivo que envia septos para o interior da glândula, dividindo-a em lóbulos irregulares. A glândula pineal só calcifica na vida adulta, o que não interfere com a sua função.
É constituída por dois tipos de células, os pinealócitos, que são predominantes, e as células neurogliais. As primeiras apresentam núcleos grandes e irregulares ou lobados, que produzem a hormona melatonina, derivada da serotonina, e peptídeos. Tanto a melatonina como a serotonina são hormonas que estão envolvidas no controlo dos ritmos circadianos e sazonais. A glândula pineal recebe estímulos através da retina, que são transmitidos ao córtex cerebral e retransmitidos para a glândula pineal por nervos simpáticos.
A síntese de melatonina é estimulada pela escuridão e inibida pela luz. A luz leva ao aumento da síntese de serotonina e à diminuição da produção de melatonina. Já a escuridão produz efeitos contrários, levando ao decréscimo da síntese de serotonina e ao aumento da produção de melatonina. A génese de serotonina apresenta um ciclo de 24 horas. A produção é mínima durante a noite e vai aumentando progressivamente até a um máximo durante o dia, voltando a diminuir à medida que vai escurecendo. A escuridão provoca a transformação da serotonina em melatonina. Esta apresenta um ciclo de produção inverso ao da serotonina. A melanina também pode ser sintetizada quando se faz uma refeição rica em hidratos de carbono, quando se bebe leite rico em triptofano, quando se faz um banho quente prolongado ou quando há exposição ao sol, causando sonolência e relaxamento.
A melatonina provoca mudanças cíclicas na função secretora das gónadas e de outros órgãos, desempenhando também um papel importante no início da puberdade.
Referências Bibliográficas
Junqueira, L. C., & Carneiro, J. (2008). Glândulas Endócrinas. Histologia Básica: texto|atlas (11ª ed., pp. 389-413). Rio de Janeiro, Brasil: Guanabara Koogan.