Girino

Um girino é o nome dado a um anfíbio que se encontra em estado larvar.

Girino é a designação dada ao estado larvar dos anfíbios (classe Amphibia). Esta classe inclui animais tetrápodes como as rãs, os sapos, os tritões ou as salamandras. A pele nestes organismos é nua, húmida e sem escamas, ou verrugosa nalguns grupos. Os ovos são, geralmente, depositados em meio aquático e a forma de desenvolvimento embrionário é indirecta. Os embriões desenvolvem-se em larvas (girinos) que, por metamorfose, dão origem a um indivíduo adulto.

Os girinos desenvolvem-se em sistemas aquáticos calmos e, por vezes, de ocorrência temporária, como poças de água. Estas larvas nascem com um corpo muito curto do qual se destaca uma cauda desproporcionadamente longa. Os membros posteriores surgem antes dos membros anteriores. A fase larvar termina quando os indivíduos se transformam em adultos. As larvas do tritão-palmado (Triturus helveticus), por exemplo, medem cerca de 1 centímetro de comprimento no momento da eclosão e mudam de coloração ao longo do período larvar. Podem atingir entre 2.5-4 centímetros de comprimento, mas quando o estágio larvar é mais longo podem mesmo chegar a atingir entre 5 a 6 centímetros no segundo ano de vida. Estas larvas possuem brânquias bem definidas, dedos curtos e uma crista dorso-caudal.

Durante a fase larvar, os anfíbios estão totalmente dependentes do meio aquático e efectuam, apenas, a respiração branquial, tal como os peixes. Quando atingem o estado adulto passam a respirar fora da água e respiram pelos pulmões e pela pele. Podem, assim, passar parte do seu tempo fora do meio aquático desde que estejam em ambientes húmidos que facilitem as trocas gasosas pela região cutânea.

Curiosamente, alguns estudos têm demonstrado que os anfíbios possuem uma elevada plasticidade relativamente à duração do período larvar. Estes animais podem mesmo abreviar a duração do estágio larvar e acelerar o processo de metamorfose quando os cursos de água em que se desenvolvem (como os charcos temporários) começam a secar.

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References:

  • Jan Willem Arntzen, Trevor Beebee, Robert Jehle, Mathieu Denoël, Benedikt Schmidt, Jaime Bosch, Claude Miaud, Miguel Tejedo, Miguel Lizana, Iñigo Martínez-Solano, Alfredo Salvador, Mario García-París, Ernesto Recuero Gil, Paulo Sá-Sousa, Philippe Geniez. 2009. Lissotriton helveticus. The IUCN Red List of Threatened Species 2009: e.T59475A11948264.http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2009.RLTS.T59475A11948264.en. Downloaded on 01 December 2015.
  • Almeida, N.F., Almeida, P.F., Gonçalves, H., Sequeira, F., Teixeira, J. & Almeida, F.F. (2001) Guia FAPAS Anfíbios e Répteis de Portugal. FAPAS. Porto. 249pp.
  • Denver, R. J., Mirhadi, N., & Phillips, M. (1998). Adaptive plasticity in amphibian metamorphosis: response of Scaphiopus hammondii tadpoles to habitat desiccation. Ecology79(6), 1859-1872.
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