Biografia de Alexander Fleming
Alexander Fleming nasceu na Escócia, a 6 de Agosto de 1881, e faleceu em Londres, a 11 de Março de 1955. Foi casado com a enfermeira Sarah Marion McElroy (de quem teve um filho – Robert Fleming) e, em segundas núpcias, com Amalia Koutsouri-Vourekas, sua colega de profissão.
Aos 13 anos deixou a terra-natal e mudou-se para Londres, onde viria a estudar Medicina no St. Mary’s Hospital Medical School. No início da sua carreira trabalhou com Sir Almroth Wright, pioneiro na área das vacinas, tendo sido destacado posteriormente, durante a 1ª Guerra Mundial, para exercer medicina nas frentes de batalha do ocidente de França. Nesta fase, Fleming interessou-se particularmente pela sépsis. Na sua opinião, os antissépticos utilizados na época para combater as infecções teriam um efeito mais prejudicial que as próprias infecções, uma vez que os seus compostos debilitavam o sistema imunitário dos pacientes, não surtindo a eficácia pretendida no que respeitava à eliminação de bactérias. De regresso a Londres, após a Guerra, Fleming dedicou-se então a tentar encontrar alternativas aos referidos antissépticos, cujo efeito fosse mais benéfico para os doentes. Foi então que, de forma algo aleatória, descobriu a Lisozima (1921) – a sua primeira grande descoberta.
Sete anos volvidos fazia mais uma grande descoberta; a descoberta da sua vida e que lhe valeu o prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina em 1945: Fleming descobriu o 1º antibiótico – a Penicilina.
Lisozima
Após um espirro sobre uma cultura de bactérias, Fleming observou que as colónias bacterianas se iam dissolvendo progressivamente. Assim, concluiu que teria de haver alguma substância nos próprios fluidos corporais com propriedades anti-bacterianas. Efectivamente estava correcto: a Lisozima é uma proteína que tem a capacidade de destruir o peptidoglicano presente na parede celular das bactérias, causando a sua lise (e consequente morte celular). Ainda que não seja suficientemente eficaz para evitar infecções por estirpes mais patogénicas, confere aos organismos uma importante protecção face a agentes externos.
Penicilina
Ao observar culturas bacterianas de espécies Staphylococcus, Fleming notou uma contaminação que ocorrera de forma acidental. A proliferação de um fungo (mais tarde identificado como pertencente ao género Penicillium) levava ao desenvolvimento de um anel circundante em que era evidente a ausência de bactérias. Tornou-se evidente para o cientista que os fungos secretavam alguma substância que impedia a proliferação bacteriana – propriedade antibiótica. Inicialmente a sua descoberta não foi valorizada; apenas mais tarde, em colaboração com Ernst Chain e Howard Florey (com quem partilhou o Prémio Nobel), o trabalho sobre a Penicilina progrediu. Esta substância foi então efectivamente isolada e purificada de forma a poder ser comercializada, tendo representado um ponto de viragem no combate às infecções bacterianas e nos cuidados de saúde prestados durante a 2ª Guerra Mundial.
Ao longo da sua vida, e para além do Prémio Nobel, Fleming foi galardoado em diversas ocasiões e ocupou distintos cargos no meio académico. Entre outros, foi distinguido Professor Emérito de Bacteriologia pela Universidade de Londres (1948) e nomeado reitor da Universidade de Edimburgo durante 3 anos (1951-1954). Publicou ainda um elevado número de artigos científicos em importantes Revistas Médicas e Científicas nomeadamente nas áreas da bacteriologia, imunologia e química, as suas principais áreas de interesse.
Alexander Fleming foi, sem dúvida, um importante biólogo e farmacologista do século XX.
References:
- Nobelprize.org – The Official Web Site of the Nobel Prize. “Sir Alexander Fleming – Biographical”.Disponível em: http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/medicine/laureates/1945/fleming-bio.html
- bio. “Alexander Fleming Biography”.Disponível em: http://www.biography.com/people/alexander-fleming-9296894
- Madigan MT, et al. 2009. Brock – Biology of Microorganisms. Pearson International Edition. 12ª edição